Lavar bem os alimentos
para evitar intoxicação alimentar é uma das principais recomendações dos
médicos. Porém, um novo estudo publicado pela Faculdade de Ciências
Farmacêuticas de Ribeirão Preto da USP revelou que genes da bactéria
Campylobacter coli, causadora de diarreia em humanos, podem resistir ao
controle de sua proliferação em alimentos.
O estudo foi realizado
com bactérias coletadas em seres humanos, animais, alimentos e ambiente nas
regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Ribeirão Preto.
“A doença decorrente da infecção por bactérias
do gênero Campylobacter é uma zoonose de distribuição mundial com
repercussões significativas em termos de saúde pública e com um elevado impacto
socioeconômico”, afirma a professora Juliana Pfrimer Falcão. “Usualmente, esse
gênero de bactérias causa gastroenterite (diarreia)”.
A campilobacteriose é
clinicamente indistinguível das infecções intestinais causadas por outros
micro-organismos, como Salmonella e Shigella. “A principal rota de transmissão
de Campylobacter, especificamente das espécies Campylobacter coli e Campylobacter
jejuni, para seres humanos, é a manipulação e o consumo de carne de frango
mal cozida”, relata a professora. Mas a contaminação também pode
acontecer em piscinas, contato com animais portadores, incluindo animais de
estimação, e consumo de leite não pasteurizado.
Identificação de
bactérias.
Após analisarem dados
de 16 genes de bactérias, os cientistas identificaram que as bactérias
sobrevivem frente a diferentes condições de estresse. Entretanto, as altas
taxas de crescimento e sobrevivência das linhagens estudadas são resultados
importantes, pois demonstram que essas linhagens não teriam seu crescimento
inibido por algumas das medidas de controle de crescimento bacteriano
utilizadas em alimentos”, aponta Juliana.
De acordo com os
cientistas, a principal forma de evitar a contaminação pela bactéria é lavar
as mãos antes, durante e após o preparo de alimentos e depois de tocar em
animais, além de higienizar bem alimentos ou pertences. “Tábuas de corte e
facas utilizadas no preparo de carnes, frango e frutos do mar devem ser usadas
separadamente dos demais alimentos e higienizadas corretamente”, explica a
professora. “Os alimentos devem ser cozidos na temperatura adequada e não se
deve consumir leite não pasteurizado e água não tratada.”
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