Quase todo mundo já experimentou a sensação de dor em algum momento da
vida. E se você já passou dos 60 anos, a probabilidade de apresentar quadros
dolorosos é ainda maior, principalmente a dor em sua forma crônica. A dor aguda
é aquela que dura menos de 30 dias e a dor crônica é aquela que dura mais de 30
dias.
Segundo a fisioterapeuta e especialista em Pilates, Walkiria Brunetti, a
dor crônica afeta de forma significativa a qualidade de vida, pois pode reduzir
a mobilidade, levar a quadros de ansiedade e depressão, à incapacidade, entre
outros prejuízos. “Nas pessoas que já passaram dos 60 anos, as dores na coluna
e nas pernas são as mais comuns. Mas, na população em geral, a coluna ainda é a
principal causa das dores crônicas”.
“A dor pode surgir sem uma causa
aparente. Quando está relacionada à coluna, entretanto, pode ter origem em
lesões anteriores, problemas de postura, osteoartrite ou fibromialgia. Em todos
esses casos, além de medicamentos para combater a dor, o Pilates pode ser um
aliado no combate ao problema”, explica a fisioterapeuta.
Segundo um estudo publicado no jornal Clinical Rehabilitation, um programa
de intervenção com Pilates é eficaz para controlar a dor, melhorar a
incapacidade de diminuir a cinesiofobia, o medo de sentir dor.
Movimentos adaptados.
O Pilates é um exercício de baixo impacto, que trabalha vários grupos
musculares, concentrando-se no fortalecimento dos músculos que sustentam e dão
estabilidade para a coluna, assim como melhora a flexibilidade e a amplitude de
movimento. “O Pilates é um método que ajuda bastante no controle da dor
crônica, pois pode ser adaptado para cada paciente, de forma individual,
respeitando as limitações impostas pela dor”, diz Walkiria.
O objetivo do tratamento com o Pilates é reduzir a intensidade da dor,
melhorar a mobilidade e devolver a independência, principalmente quando a dor
leva à incapacidade temporária. Outro benefício do Pilates para as dores
crônicas é que a técnica enfatiza a importância da respiração.
“A respiração profunda aumenta a circulação para todas as regiões do
corpo, ajudando os músculos a relaxar. Isso diminui a tensão desnecessária na
estrutura muscular e pode ajudar no controle da dor”, explica a especialista.
Benefícios adicionais.
Outro benefício, mesmo que indireto do Pilates, é que o método trabalha o
corpo e a mente. “Além deste conceito de integração, a respiração ajuda a
combater o estresse e aliviar a ansiedade. As aulas também ajudam a combater a
depressão, pois ajudam na liberação de neurotransmissores que dão prazer e
bem-estar. Por fim, o próprio convívio social nas aulas também pode ajudar o
paciente a se recuperar”, reflete Walkiria.
Dicas para
gerenciamento da dor crônica:
Além de praticar Pilates ou fazer fisioterapia, quem sofre com dores
crônicas pode adotar alguns hábitos que irão ajudar a controle a dor.
• Gerencie o estresse: o estresse pode piorar a dor já instalada, pois
causa tensão nos músculos. Assim, procure maneiras de gerenciar o estresse. Uma
delas é fazer respirações profundas e demoradas, aquele famoso ditado “conte
até 10” e respire é muito útil para se acalmar.
• Durma bem: O sono é essencial para a recuperação do organismo.
Procure dormir de 6 a 8 horas. Se você dorme e acorda cansado, procure um
médico para avaliar se há presença de algum distúrbio do sono.
• Sempre em frente: Não deixa a dor impedir você de viver. Procure, na
medida do possível, continuar a sua rotina normal, sem se isolar.
• Procure apoio: A dor está insuportável? Busque ajuda, seja de
grupos de apoio ou de psicólogos. O impacto da dor crônica nas emoções pode ser
grande, então o apoio psicoterápico pode ser de grande valia.
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