As redes sociais têm
sido um espaço de disseminação de falsas informações, criando movimentos
antivacinais.
O Ministério da Saúde
admite existir alto risco de retorno da poliomielite em pelo menos 312 cidades
brasileiras, segundo publicou o jornal O Estado de S. Paulo. A situação mais
grave é na Bahia, onde 15% dos municípios imunizaram menos do que 50% das
crianças, seguido do Maranhão, com 14,29%.
O alerta foi feito na
quinta-feira (28) em uma reunião com secretários estaduais e municipais de
saúde. “É uma situação gravíssima”, afirmou a coordenadora do Programa de
Imunização, Carla Domingues.
Estão na lista de maior
risco para pólio municípios que não conseguiram atingir nem 50% da cobertura
vacinal. “Uma cidade com esses indicadores tem todas as condições de voltar a
transmitir a doença em nosso País. Será um desastre para a saúde como um
todo”.
O último caso
registrado no Brasil foi em 1990. Quatro anos depois, a Organização Mundial da
Saúde (OMS) declarou a doença erradicada das Américas.
A recomendação é de que
a cobertura vacinal contra pólio seja superior a 95%. Em todo o País, apenas
Rondônia, Espírito Santo e Distrito Federal não têm cidades sob risco elevado.
O quadro geral é muito
preocupante. Pelos dados do Ministério da Saúde, no ano passado 22 unidades da
federação não atingiram a cobertura considerada ideal. Também em 2017 pelo
menos 800 mil crianças estavam sem o esquema completo de vacinação – que
compreende três doses do imunizante.
“Acendemos a luz
vermelha”, resumiu Carla. A preocupação ganha corpo sobretudo em um momento em
que voltou a ser discutida a entrada do poliovírus derivado. Na Venezuela,
autoridades sanitárias cogitaram a possibilidade de que uma menina teria sido
contaminada por essa mutação do vírus.
Quando a vacina em
gotas é dada para a criança, o vírus atenuado contido no imunizante pode ficar
presente no ambiente por quatro a seis semanas, criando o que se chama de
efeito rebanho. De quebra, a população que tem contato com o vírus atenuado
também fica protegida contra a doença.
O problema é que nesse
período, em raríssimas ocasiões, o poliovírus pode ter contato com outros
vírus, como o rotavírus, sofrer uma mutação e, com isso, criar uma nova onda de
infecções. Essa hipótese foi descartada no caso da criança venezuelana, mas a
preocupação persiste.
A presidente da
Sociedade Brasileira de Imunização, Isabella Ballalai, observa que o risco
aumenta nos casos em que a cobertura vacinal é menor. “Daí a necessidade de a
imunização ser, sempre, mantida em 95%.”
Isabella classificou o
indicador brasileiro como “inacreditável e inadmissível”. Carla observa que a
queda mais expressiva ocorreu nos últimos dois anos. Para tentar reduzir o
risco, o Ministério da Saúde deverá fazer entre os dias 6 e 31 de agosto uma
campanha nacional de vacinação contra pólio.
Campanhas
antivacinação.
As mídias sociais têm sido um espaço de disseminação de falsas informações sobre vacinas, criando movimentos antivacinais. A justificativa, em geral, é a de que a vacinação leva ao aparecimento de outras doenças. Não há embasamento científico para esse tipo de informação.
As mídias sociais têm sido um espaço de disseminação de falsas informações sobre vacinas, criando movimentos antivacinais. A justificativa, em geral, é a de que a vacinação leva ao aparecimento de outras doenças. Não há embasamento científico para esse tipo de informação.
Recentemente, o site da
SBIm e o Portal Família SBIm foram incluídos pela OMS na lista de páginas que
oferecem informações confiáveis sobre vacinas, a Vaccine Safety Net
(VSN).
A vacinação é um
direito da criança e do adolescente previsto no Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA). Os pais que não vacinam seus filhos podem sofrer processos
do conselho tutelar e serem obrigados a fazer a imunização.
Vacinas disponíveis.
De acordo com o ministério, as vacinas disponíveis nesta campanha para crianças menores de 7 anos são: BCG – ID, hepatite B, penta (DTP/Hib/Hep B), VIP (Vacina Inativada Poliomielite), VOP (vacina oral contra pólio), VORH (Vacina Oral de Rotavírus Humano), vacina pneumocócica 10 valente, febre amarela, tríplice viral (sarampo, rubéola, caxumba), DTP (tríplice bacteriana), vacina meningocócica conjugada tipo C, tetraviral (sarampo, rubéola, caxumba e varicela) e hepatite A.
De acordo com o ministério, as vacinas disponíveis nesta campanha para crianças menores de 7 anos são: BCG – ID, hepatite B, penta (DTP/Hib/Hep B), VIP (Vacina Inativada Poliomielite), VOP (vacina oral contra pólio), VORH (Vacina Oral de Rotavírus Humano), vacina pneumocócica 10 valente, febre amarela, tríplice viral (sarampo, rubéola, caxumba), DTP (tríplice bacteriana), vacina meningocócica conjugada tipo C, tetraviral (sarampo, rubéola, caxumba e varicela) e hepatite A.
Já as doses disponíveis
para crianças e adolescentes entre 7 e 15 anos são hepatite B, febre amarela,
tríplice viral, dT (dupla tipo adulto), dTpa, vacina meningocócica conjugada
tipo C e HPV.
Em 2017, o Ministério
da Saúde fez alterações no esquema de vacinas e, por isso, orienta os pais a
irem aos postos de saúde para checar a caderneta de vacinação. As informações
sobre a Campanha Nacional de Multivacinação de 2017 estão disponíveis na página
www.saude.gov.br/vacinareproteger.
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