quarta-feira, 8 de agosto de 2018

BOLINHAS NA CABEÇA DO PÊNIS SÃO NORMAIS? ENTENDA AS GLÂNDULAS DE TYSON...


FONTE: Léo Marques, Colaboração para Universa, https://universa.uol.com.br





Muitos jovens se assustam ao reparar que uma coroa de pequenos espinhos apareceu em volta da base da glande, popularmente conhecida como a cabeça do pênis. Será falta de higiene? Alguma doença sexualmente transmissível (DST)? Uma deformidade genética?

Se não coçam, não irritam e não doem, o médico urologista Christian Fuhro, da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo esclarece: “São simplesmente glândulas de Tyson, que surgem durante a adolescência, quando ocorre o desenvolvimento sexual”.

Segundo o especialista, todos os homens as têm. “Mais ou menos salientes, em maior ou menor número, e maiores com a ação dos hormônios masculinos, sendo assim mais visíveis nos rapazes e jovens adultos”, comenta.

Glândulas que ajudam no sexo.
Descobertas em 1694 pelo cientista e físico britânico Edward Tyson (daí o termo Tyson), essas glândulas produzem uma secreção lubrificante, quando o homem está excitado, e servem para facilitar a penetração e proteger o pênis durante a relação sexual.

A literatura médica demonstra que se tratam de estruturas fisiológicas não contagiosas, sem relação com nenhum tipo de doença nem com o fato de o indivíduo ser circuncidado ou não. “Com a atividade sexual e o envelhecimento natural do homem, elas tendem a ficar suaves e menores”, complementa o urologista.

Como são glândulas produtoras de matéria oleosa e estão sujeitas a serem recobertas pelo prepúcio (pele que cobre a cabeça do pênis), merecem cuidados de higiene para não provocarem mau odor. As glândulas de Tyson em si não exalam cheiro, mas o acúmulo de oleosidade dá origem ao esmegma, uma secreção branca e pastosa que pode se acumular entre a glande e o prepúcio. “Água e sabão são suficientes para resolver essa questão”, orienta Christian.

Como diferenciar de doenças.
Para que o jovem não fique preocupado e tenha certeza de que não está com uma doença, ou algum outro problema, é preciso que ele procure um médico urologista para ser examinado. Porém, Christian tranquiliza: “As glândulas de Tyson podem ser confundidas com verrugas causadas por HPV (vírus que atinge a pele e as mucosas) ou por condiloma, uma infecção causada também pelo HPV, mas se diferenciam facilmente dessas doenças por estarem restritas à borda da glande. Já as verrugas genitais causadas pelo HPV podem acometer qualquer parte do pênis, saco escrotal, região pubiana e perianal”. Como já mencionado, as glândulas de Tyson também não coçam, não irritam e não doem.

Remoção pode melhorar autoestima.
Embora não representem nenhum risco à saúde do homem e da pessoa com quem ele mantém relações sexuais, as glândulas de Tyson podem ser removidas por questões estéticas, uma vez que sua aparência pode gerar desconfortos. O homem, por exemplo, pode se sentir incomodado de ter que explicar o que são toda vez que for transar e, por insegurança, pode desenvolver transtornos de ansiedade, depressão e até disfunção erétil.

“A cauterização tem sido muitas vezes utilizada para retirar essas glândulas, mas pode deixar cicatrizes e deformidades na glande”, explica o médico urologista da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, salientando que usar ácidos ou cremes também não resolve o problema. Além disso, se forem substâncias abrasivas, podem ressecar e irritar a área.

Se mesmo assim o homem estiver disposto a encarar a cauterização, terá de conseguir o aval de um especialista, que realizará o procedimento em ambiente cirúrgico. Após aplicação de anestesia local, o procedimento estético é feito entre cinco e dez minutos. A recuperação do paciente leva até dez dias e as glândulas, se forem totalmente removidas, não voltam mais.

É importante ressaltar que métodos caseiros ou alternativos disponíveis na internet são arriscados e totalmente desaconselhados pelos médicos.

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