terça-feira, 28 de agosto de 2018

MENOS ÁLCOOL E CARBOIDRATO E ATÉ LIPO 3D SÃO CAMINHOS PARA BARRIGA DEFINIDA...


FONTE: Marcella Franco, https://www1.folha.uol.com.br

Cirurgia pode ajudar quem quer tanquinho, mas só é indicada para quem tem peso ideal.

São Paulo - Ter uma barriga tanquinho demora: são meses de dieta persistente, treinos na academia, quilos levantados e muita dedicação. Mas existe um grupo de pessoas que, mesmo depois de se submeter a todo esse circuito de suor por meses, não consegue alcançar o tão sonhado abdômen trincado.

O que será que elas estão fazendo de errado no caminho rumo ao six pack?

A resposta costuma estar na alimentação. Há, obviamente, quem tenha maior estoque de gordura por questões genéticas, mas, no geral, é o que colocamos para dentro do corpo que faz com que ele construa adiposidades onde ninguém quer.

E, entre os maiores vilões à mesa, um dos campeões é o álcool. A nutricionista e gastróloga, especialista em nutrição clínica e esportiva Gabriela Cilla explica que não há erro maior do que, depois de se matar na academia, abrir uma cerveja para descontrair. “Se a pessoa tem essa atitude, tudo que ela fez antes foi em vão, porque ela deixa de absorver a testosterona gerada no treino.”
Cilla explica que, quando a ideia é eliminar a barriguinha persistente, o ideal é cortar ao menos 70% do álcool da dieta.


 “Não é para parar de beber, mas diminuir”, resume. “A gente acha que bebe cerveja e faz bastante xixi e, por isso, estaria eliminando o álcool, mas, não, estamos apenas desidratando”, completa Maria Flávia Sgavioli, especializada em nutrição clínica funcional. “Isso atrapalha o ganho de massa magra. Fora que as bebidas são extremamente calóricas”.

Além de deixar de lado os drinques, as nutricionistas recomendam, também, pegar mais leve nos carboidratos. “Não é para, de forma alguma, cortá-los da alimentação, mas ajustar o consumo. Para quem pratica atividade física, o ideal é ter em torno de 40% da dieta focada neste grupo”, ensina Sgavioli, que conta que, na alimentação média do brasileiro, esta porcentagem costuma ser de 60%, algo que ela considera muito alto.

“A pessoa pensa assim: ‘Quero perder barriga, então vou cortar só os carboidratos’. Só que tudo que ela ingere em excesso também vira carboidrato no corpo. A proteína, por exemplo, quando em excesso vira carboidrato”, afirma Cilla.

Sobre os suplementos, a médica orienta que se ingira o whey protein no pós-treino ou como um lanche avulso e que se deixe a maltodextrina de lado. “É um açúcar totalmente desnecessário”, justifica. O ideal, porém, é que a indicação para a suplementação de proteína seja feita por um especialista.

E, por falar em açúcar, ela lembra que até mesmo as pequenas doses que adoçam o cafezinho, quando acumuladas, também contam —e muito. Portanto, o ideal é diminuir a quantidade, cortando, especialmente, os refrigerantes das refeições, e beber também mais água. “As pessoas até treinam bem, porém a alimentação delas não é adequada. Elas erram muito por não ter orientação.”

Na opinião do preparador físico especialista em treinamento de força e musculação Marcelo Santana, quando combinada à alimentação adequada, a atividade física sempre oferece caminhos até o corpo dos sonhos —inclusive no caso do “tanquinho”.

“São necessários regularidade e exercícios intensos e pontuais, o que não quer dizer necessariamente muita carga. Algumas pessoas respondem muito bem e rapidamente; outras, menos, por conta da individualidade biológica”, explica.

“Mas não conheço nenhuma pessoa que não tenha feito tudo dentro deste cronograma e não tenha conseguido resultado. Às vezes é preciso recorrer à modulação hormonal, o que não tem nada a ver com anabolizantes, e até nestes casos é possível chegar ao que se espera”.

Ainda assim, há quem tenha pressa e prefira optar pela solução mais rápida: a cirurgia plástica. No cardápio dos consultórios há procedimentos que prometem desde um abdômen “rasgado” de cima a baixo, como é o caso da operação para construir um ab crack, até a chamada lipo 3D, quando são esculpidos os tão desejados “gominhos” na parede abdominal.

“A lipo 3D está indicada para pessoas eutróficas, ou seja, com o peso próximo ao ideal para sua idade e altura. Não é indicada para pessoas que sofrem de sarcopenia (perda de massa muscular) nem para pacientes com flacidez de pele ou com muitas estrias. Também não está indicada para obesos, porque não é um método de emagrecimento”, explica a cirurgiã plástica pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) Márcia Freire.

Segundo o cirurgião Pedro Lozano, especializado em cirurgia plástica pela Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), o método vem se aperfeiçoando nos últimos anos.

“Inicialmente o aspecto não era natural. Com o passar do tempo, muitos destes casos evoluíram com irregularidades”. Para ele, é recomendável, ainda, que apenas quem já tem o abdômen ligeiramente definido opte pela lipo de alta definição, que pode custar alguns milhares de reais.

O presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plastica Niveo Stessen, professor de cirurgia plástica da Santa Casa de Porto Alegre e mestre pela Unifesp, recomenda parcimônia antes de se submeter a uma lipo 3D.

“Essa cirurgia tem um apelo sedutor, mas é importante informar que ela não é uma técnica diferente”, alerta. “Os pacientes pensam que quem fala que faz lipo 3D está em outro patamar de conhecimento e de possibilidade de resultado melhor. É uma venda de ilusões”, completa.

O preparador físico Marcelo Santana afirma que não é contra a cirurgia, mas ela é indicada para aqueles que desejam algo mais rápido e direto. “Conquistar um tanquinho é possível. Só precisa ter acompanhamento médico, de um nutricionista e um bom treino para alinhar os resultados.”

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