Quem usa aplicativos de
paquera como o Tinder está atrás de relacionamentos curtos, de uma só noite, ou
até mais sérios. Desque que esses serviços viraram febre, uma série de estudos
tem sido feitos e revelam características interessantes – e outras nem tanto,
sobre o que os usuários buscam. Em todos eles, é possível perceber algumas
diferenças entre homens e mulheres.
Um trabalho recente
publicado no periódico Personality and Individual Differences, e
que contou com mais de 640 pessoas de 19 a 29 anos de idade, descobriu que as
usuárias do sexo feminino passam mais tempo nos aplicativos que os homens. A
explicação dos psicólogos é que elas são mais cuidadosas na escolha de
possíveis candidatos. Já eles são mais “eficientes”: tomam decisões mais rápido
sobre com quem marcar um encontro real. Em outras palavras, elas são mas
exigentes e eles, mais ansiosos.
A gente costuma achar
que homens estão mais em busca de diversão do que elas, mas a pesquisa nega que
exista essa diferença: elas também querem usar o Tinder ou aplicativos
parecidos para se distrair ou sair do tédio.
Mas os pesquisadores,
da Universidade de Ciência e Tecnologia da Noruega, concluíram que as mulheres
usam a ferramenta com mais frequência como uma forma de alimentar a autoestima.
Ser procurada ou elogiada no ambiente de paquera funciona como massagem no ego,
sem dúvidas, e elas procuram isso de maneira consciente, de acordo com o
trabalho.
Por outro lado, um
estudo anterior, da Universidade do Norte do Texas, notou que usuários do
Tinder do sexo masculino tendem a ter níveis mais baixos de autoestima que não
usuários. O trabalho contou com mais de 1.000 mulheres e 273 homens, a maioria
estudantes universitários, dos quais 10% utilizavam o aplicativo. De qualquer
forma, os usuários de ambos os sexos relataram encanações com o corpo e a
aparência. A conclusão foi apresentada numa convenção da American
Psychological Association há três anos.
Naquela mesma época,
estudiosos da Associação Britânica de Sociologia apresentaram os resultados
preliminares de uma pesquisa qualitativa com usuários do Tinder que deixou
muita gente preocupada. Catorze homens afirmaram claramente que se sentiam no
direito de ter sexo casual com uma garota que tivesse mentido sobre sua
aparência ou modificado a foto no perfil.
Os pesquisadores, da
Universidade Metropolitana de Manchester, no Reino Unido, disseram que, para
aqueles entrevistados, conseguir sexo foi mais fácil e funcionou como uma
compensação pela “quebra de confiança”. Será que eles eram completamente
honestos no perfil? O trabalho não mostrou. Mas os autores comentam que a
autopromoção é algo incentivado pela cultura digital. É difícil alguém postar
uma foto feia nas redes sociais. Isso, sem dúvida, leva a decepções nos
encontros reais, e para ambos os sexos.
A pesquisa também
apontou que, em muitos aspectos, os aplicativos de namoro parecem acentuar as
normas tradicionais de gênero, em vez de promover mais igualdade. Como os
relacionamentos são obtidos com mais facilidade, também podem ser descartados
mais facilmente. Por isso é bom ficar atento e tomar cuidado para não se
machucar.
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