sábado, 23 de maio de 2020

CLUBES DE FEIRA DE SANTANA VIVEM SITUAÇÕES OPOSTAS PARA A SEQUÊNCIA DA TEMPORADA...


FONTE: Alex Torres***,http://atarde.uol.com.br/

             

Ainda com os campeonatos paralisados em todo o país e ainda sem previsão de retorno, os clubes de menor expressão do estado tem adotado medidas, não para contornar a situação, mas para tentar sobreviver durante a crise causada pela pandemia. Na semana passada, o Portal A TARDE iniciou, com a dupla Ba-Vi, um especial sobre a atual situação das equipes da elite do futebol baiano.

Para dar prosseguimento no projeto, vamos falar de duas equipes tradicionais da Bahia, responsáveis por alimentar a paixão futebolística na segunda maior cidade do estado: Feira de Santana. Em contato com os presidentes Jodilton Souza e Pastor Tom, de Bahia de Feira e Fluminense de Feira, respectivamente, foram levantadas realidades diferentes pelos clubes a respeito do enfrentamento da crise financeira gerada pelo coronavírus.

"É uma situação muito delicada, mas eu acredito que o futebol como um todo... Aquelas equipes que andam bem organizadas, bem preparadas e com um projeto estruturado, consegue suportar esse momento. Todos os atletas do Bahia de Feira tem contrato até o final de 2021, então não temos dificuldades", garantiu Jodilton.

Questionado sobre como o clube tem feito para manter essa situação favorável, enquanto muitas equipes tem sofrido com a falta de apoio, o presidente do Tremendão detalhou parte do planejamento financeiro adotado por ele e seu filho, Tiago Souza, presidente do Conselho Deliberativo da equipe, no enfrentamento do problema.

"Todo início de ano eu faço um planejamento financeiro e faço um aporte das empresas que nós temos. A gente aporta um valor e o resto é complementando com patrocínios, e esse ano teve a cota da Copa do Brasil. Então nosso orçamento é muito organizado e ajustado, não tivemos problemas. Esse ano ainda tivemos uma vantagem de receber a cota da CBF de R$ 120 mil que ajudou a completar o caixa", explicou o presidente do Bahia de Feira.

Em uma situação mais delicada, está o Fluminense de Feira, popularmente conhecido como Touro do Sertão. De acordo com Tom, a premissa da sua gestão é passar a transparência ao torcedor. Com isso, o cenário que antes da paralisação já não se encontrava favorável, terminou se agravando ainda mais.
"Com essa problema da pandemia, ficamos com um teto muito grande. Tínhamos uma dívida superior a R$ 2 milhões em ações trabalhistas onde estávamos nos movimentando para honrar os compromissos, mas acabamos naufragando com essas despesas [...] Conseguimos rescindir com praticamente com 97% dos jogadores, porque não tinha como mantermos o elenco. Até aqueles que tinham um compromisso, que podiam estourar, tivemos que liberar por não ter condições de pagamento", revelou.

Situação dos elencos.
Praticamente sem elenco, Pastor Tom ainda falou sobre como pretende estar reconstruindo o grupo de jogadores em caso de retorno do estadual. "Primeiro que quando rescindi com todos os jogadores, você tem liberdade de trazer quem quiser. O ideal seria fazermos contratos rápidos de 30 dias é o mínimo que podemos fazer para estar concluindo o campeonato".

Quando falado a respeito do futebol, ambos presidentes convergem na expectativa de retorno para a bola rolar nos gramados baianos. Segundo eles, a ideia é que essa retomada ocorre próximo do final de junho ou início de junho. No entanto, quando isso acontecer, a postura adotada por eles serão um pouco diferentes.

"O que estamos imaginando é que a competição deve retomar dia 1º de julho. Retornando nesse dia, dia 15 de junho já podemos nos apresentar. Atualmente, nosso plantel é composto por 26 atletas, porque temos a Série D, o término do Baiano e tínhamos também a Copa do Brasil", explicou Jodilton.
                 

Por outro lado, o Flu de Feira também afirmou ser a favor de concluir o Baianão, que faltavam apenas duas rodadas para o encerramento da primeira fase, mas fez um apelo às entidades estaduais de futebol e ao Governo Estadual, quanto ao auxílio das equipes de menor poder financeiro. Outro fator determinante estava na briga da equipe pelo G-4 do torneio, que garante vaga para a Série D em 2021.

"Sou a favor da volta do Baianão, mas a Federação Baiana (FBF) vai ter que ajudar e o Governo do Estado também, não podemos ficar prejudicados. Eu vou brigar pela classificação no próximo ano, porque estou entre os quatro primeiros. Então automaticamente teríamos a Série D em 2021 e a Copa do Brasil, isso eu não abro mão" , disse Tom.

Enquanto isso, Jodilton contou que segue na expectativa pela volta das partidas de futebol e que já adotou um protocolo médico para o grupo de jogadores, pensando no retorno. Além do Baianão, o Bahia de Feira ainda irá disputar a Série D esse ano e, como a equipe dispõe de uma estrutura própria, contornar a situação indesejada ficou um pouco menos complicada.

"Como temos um hospital no grupo nosso, e o diretor médico desse hospital é o mesmo diretor médico do Bahia de Feira, já fizemos um protocolo para quando a equipe voltar [...] Temos nossa estrutura própria, como Centro de Treinamento e estádio, então isso ajuda bastante e os parceiros do clube também continuaram conosco, por conta da boa relação que temos", afirmou.

Equipes na temporada 2020. 
Após a excelente campanha no Baianão de 2019 - quando a equipe ficou em segundo lugar, perdendo para o xará da capital - o Bahia de Feira vivia a expectativa de disputar a Série D em 2020. O torneio iria se iniciar no dia 3 de maio e o Tremendão estava no grupo A6, junto com: Atlético de Alagoinhas, Caldense-MG, Gama-DF, Palmas-TO, Tupynambás-MG, Villa Nova-MG e um adversário que ainda seria definido.

             

No Baianão, o Bahia de Feira também era candidato direto na briga por uma vaga na segunda fase. Antes da paralisação, a equipe se encontrava na terceiro colocação com 11 pontos, a frente inclusive do Vitória, no quesito de saldo de gols.

Com apenas dois pontos de distância para o Leão da Barra, primeira equipe dentro do G-4, e faltando seis pontos para serem disputados, o Fluminense de Feira estava lutando por uma vaga na segunda fase do estadual. Caso conseguisse, o time teria grandes chances de disputar a quarta divisão do Campeonato Brasileiro na temporada seguinte. No entanto, para 2019, o Touro do Sertão não tem mais calendário após o fim do Baianão.

*** Sob supervisão da editora Keyla Pereira.

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