FONTE: Bruno Doro em Campinas (São Paulo) (UOL ESPORTE).
No Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas, a torcida do Flamengo comemorou seis vezes. Não, o jogo contra o Corinthians não foi uma chuva de gols. A vitória, 2 a 0, foi pobre em emoções. Mas, somado aos resultados da rodada - e principalmente aos quatro gols do Goiás no Serra Dourado -, bastou.Pela primeira vez no Campeonato Brasileiro de 2009, o Flamengo é líder, com 64 pontos. Agora o time carioca depende apenas de si para conquistar o sexto título nacional (o quinto, nas contas da CBF). Para isso, basta vencer o Grêmio na última rodada, no domingo que vem, no Maracanã, para erguer um troféu que não fatura desde 1992. Mesmo com derrota o Fla pode ser campeão, desde que Inter, Palmeiras e São Paulo também tropecem.Mas antes, os flamenguistas já celebravam. Não com o rendimento do time em Campinas, mas com o jogo do Serra Dourada. O São Paulo saiu na frente, mas levou, depois, quatro gols do Goiás. No Brinco de Ouro, os flamenguistas comemoram mais os feitos esmeraldinos do que os rubro-negros.Com as atenções voltadas para outro estádio, nem notaram as duas ausências do dia. Ronaldo e Adriano deveriam ser os grandes nomes do confronto deste domingo, mas não compareceram. O Fenômeno até entrou em campo. Mas lento, pesado, jogou só 23 minutos. Deu uma arrancada. O Imperador nem foi para Campinas. Treinou só uma vez na semana, com uma bolha no pé esquerdo.
O JOGO.
A falta de emoções em Campinas já era prevista. O time paulista entrou em campo apático, assistindo o meio-campo do Flamengo armar as jogadas. Ora pela direita, com Léo Moura e Williams em cima de Escudero, ora pela esquerda, com Juan e Zé Roberto contra Jucilei.Logo aos três minutos, Edu, após carrinho em Léo Moura, se machucou. Ronaldo foi o próximo. Aos 25 minutos, o Flamengo já tinha até acertado a trave, com Álvaro, quando o Fenômeno arrancou.Como sempre, protegeu bem a bola, passou pela defesa, tentou o chute. Foi travado. Reclamou de dores no ombro e, rapidamente, deixou o jogo. "Ele sentiu uma fisgada no músculo posterior da coxa. Tem que fazer exame para saber se é de grau 1 ou 2", explicou o médico do time, Paulo Faria. Mas a substituição foi a senha para o Flamengo.Sem Ronaldo, o grande nome do jogo, pelo menos no papel, os flamenguistas apertaram. Como resposta à saída do ídolo corintiano, Toró aproveitou a marcação ruim de Jucilei, achou Zé Roberto nas costas da defesa. Ele entrou na área, chutou cruzado. Felipe tocou na bola, mas não conseguiu evitar o gol: 1 a 0 para o Flamengo.A torcida do Flamengo vibrou em dobro. Longe, no estádio Serra Dourada, o Goiás empatara o jogo com o São Paulo. Liderança rubro-negra.Atrás no placar, o Corinthians seguiu apático até os 37 minutos, quando Souza, apagado em sua passagem pelo Parque São Jorge, apareceu. Ele recebeu de Jorge Henrique, virou para cima da zaga e achou Defederico, livre, no meio da área. O argentino chegou a driblar Bruno, mas a bola não entrou.Cinco minutos depois, a torcida do Flamengo explodiu mais um vez. O jogo estava parado. A bola, no meio do campo. A alegria teve origem, novamente, em Goiânia, com o segundo gol do Goiás.Aos 39, uma confusão no meio-campo, após carrinho de Souza em Williams. A jogada parecia inocente, mas Evandro Rogério Romam deu cartão amarelo. Na sequência, cartões amarelos para Chicão e Elias, por reclamação, e expulsão de Mano Menezes.Na saída de campo, os corintianos se mostraram revoltados com o árbitro. "Tem de entrevistar o árbitro. Ele é um merda. Não sabe o que está fazendo. Está falando que a nossa função não é questionar a arbitragem. Nunca vi isso", disse Elias.Essa ira voltou para o campo no segundo tempo. Logo no primeiro minuto, Defederico fez boa jogada no meio, driblou dois e chutou de longe. Bruno defendeu com facilidade, mas era a mostra da mudança de postura do time paulista. Aos 13, o primeiro lance de perigo: Defederico, mais uma vez, cobrou escanteio na cabeça de Paulo André. Bruno pegou bem. Aos 18, outro lance de perigo.A pressão corintiana fez Andrade se mexer. Tirou Pet, que foi anulado pelo trio de volantes do Corinthians, colocou o chileno Fierro. Logo em seguida, ele levou uma entrada dura de Chicão. O juiz não viu, mas foi alertado pelo assistente. Assim que ele mostrou o vermelho para o zagueiro corintiano, a torcida do Flamengo voltou a cantar. Alegria pela expulsão? Não. Pelo terceiro do Goiás. Aos 30, o grito foi ainda mais forte. Goiás 4 a 2, liderança garantida. O segundo gol, aos 46 minutos, de pênalti, marcado por Léo Moura - e Felipe nem foi na bola, em protesto -, foi só um detalhe.
Corinthians: Felipe; Jucilei, Chicão, Paulo André e Escudero (Dodô); Elias, Boquita, Edu (Moradei, aos 3min do 1ºT) e Defederico; Jorge Henrique e Ronaldo (Souza, aos 25min do 1ºT). Técnico: Mano Menezes
Flamengo: Bruno; Léo Moura, Ronaldo Angelim, Álvaro e Juan; Williams, Airton, Toró e Petkovic (Fierro); Zé Roberto e Bruno Mezenga (Denis Marques). Técnico: Andrade
Local: Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas (SP)
Árbitro: Evandro Rogério Roman (PR) - Assistentes: Alessandro Rocha Matos (BA) e Altemir Hausmann (RS)
Cartões amarelos: Álvaro, Toró e Petkovic (FLA), Moradei, Souza, Chicão, Elias, Escudero e Dodô (COR)
Expulsos: Mano Menezes e Chicão (COR)
Gols: Zé Roberto, aos 26 min do primeiro tempo, e Léo Moura, aos 48min do tempo.
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