
A dor segue viva. Para os familiares dos mortos e daqueles que escaparam, dois anos de sofrimento. Já o terrível buraco aberto na bancada superior, o vão da tragédia de sete tricolores, tá tapado.
A placa de alúminio maqueia uma das maiores tragédias do futebol brasileiro. Dos parentes das vítimas fatais, dois ainda aguardam o seguro do ingresso, no valor de R$ 25 mil, obrigação da Confederação Brasileira de Futebol.
Sobre a pensão mensal das seis famílias que deram entrada na Secretaria de Administração do Estado (Faeb), a de Djalma Lima dos Santos aguarda definição da Sudesb. O valor da pensão é determinado de acordo com a receita mensal que cada vítima ganhava em vida em 2007, ano do acidente.
No máximo, o valor pode ser dividido por duas pessoas. Situação do viúvo e da filha de Márcia Santos Cruz. Cada um recebe R$ 232,50, metade de um salário mínimo. Márcia atuava como trabalhadora informal.
RECLAMAÇÕES.
Tudo bem? Nada disso! Além da tristeza, a bronca é geral. Fábio Marques, irmão de Anísio Marques, reclama das falsas promessas: “Prometeram muita coisa pra gente”, lembra ele, indignado. E fala mais. “Prometeram emprego, terminar as obras da casa que meu irmão estava construindo, mas, nada disso foi cumprido”, brada.
Muda-se a família, a indignação permanece. A pequena Karem Loione, 8 anos, filha da vítima Midiã dos Santos, atendeu o telefone na maior inocência e passou pro avô, seu Elias, pai de Midiã. “A pensão tá sendo paga, graças a Deus”, resumiu, sem mais palavras.
Entre os sobreviventes, o garoto Jader Landerson Azevedo, vive um drama. Na queda, o jovem de 21 anos acabou perdendo parte do músculo da perna direita. Passou por enxerto e atualmente faz fisioterapia pra melhorar a locomoção.
MEDICAÇÃO.
Diferente da versão do governo, que garante prestar toda a assistência médica e social para a reabilitação da vítima, o pai Gérson Santos, reclama da falta de ajuda. “Desde agosto que não recebemos a medicação completa. O governador disse que ia tratar como se fosse filho dele. Cadê?”.
*** Notícia publicada na edição impressa do dia 25/11/2009 do CORREIO.
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