FONTE: Ivan de Carvalho (TRIBUNA DA BAHIA).
Recebi de um leitor da Tribuna da Bahia, cujo nome preservo, um e-mail datado do dia 23 em que, depois de elogio imerecido a esta coluna, observou que insisto “em só apenas criticar qualquer coisa que venha do governo Lula”, não lembrando-se ele de alguma coisa elogiosa a esse governo publicada neste espaço (em verdade, procurando bem, acabaria achando; já elogiei, por exemplo, o Bolsa Família, como uma medida emergencial e provisória, portanto desde que tenha o sentido do peixe que se dá enquanto se ensina a pessoa a pescar).
Surpreendeu-me, porém, entre as várias observações do leitor, aquela em que alega – ressalvado o direito óbvio de cada indivíduo a ter opinião própria – que as frequentes críticas a “coisas que venham do governo Lula” ocorrem apesar do presidente da República ter um índice de aprovação cada vez melhor, atingindo os 80 por cento na última pesquisa CNT/Sensus. Então, estranha ele que esses 80 por cento possam estar errados e certos somente eu “e mais alguns jornalistas que não aceitam que um nordestino, que foi para São Paulo num pau-de-arara, que é analfabeto, como diz Caetano, seja presidente do Brasil”. E indaga “até quando vocês vão continuar com esse sentimento preconceituoso e discriminatório?”.
Respondi que procuro ser imparcial, isento, quando relato um fato ou faço uma análise, mas quando opino dou a minha opinião. Governo é posto por nós e pago por nós para acertar, acertar é obrigação. Não é preciso elogiar. Errar obriga à crítica. O artigo imediatamente anterior ao e-mail do estimado leitor e que talvez haja sido a gota d‘água que lhe encheu o copo opinava sobre duas coisas vindas do governo Lula. A defesa que a ministra e candidata do PT a presidente da República, Dilma Rousseff, fizera do retorno dos mensaleiros do PT à política e os rapapés (não me lembrei na ocasião de acrescentar os salamaleques) com que o governo Lula recebia em Brasília o presidente iraniano Ahmadinejad, o sinistro mentiroso que nega o Holocausto – a matança de seis milhões de judeus por Hitler.
Claro que o leitor que teve a gentileza de escrever-me não concorda com o insulto à humanidade perpetrado por Ahmadinejad e, estou convicto, também com a defesa de Rousseff quanto à volta dos mensaleiros. Apenas o meu artigo opinativo continha mais duas críticas “a coisas que venham do governo Lula” e ele talvez haja entendido que chegara a hora de não mais permanecer em silêncio. O somatório das críticas terá atingido o seu limite de paciência.
Quanto a estar eu “e alguns jornalistas” mais insistindo na crítica (que fiz também, com a mesma insistência, a coisas vindas do governo FHC, por exemplo), enquanto 80 por cento dos eleitores avaliam positivamente o presidente Lula, lembrei-lhe que nem sempre a maioria está certa. A maioria, respondi a ele, votou e sentenciou Sócrates a beber cicuta e não creio que essa maioria estivesse certa. A maioria reunida ante a Torre Antonia, em Jerusalém, pediu a libertação de Barrabás e a crucificação de Jesus e nem mesmo Pilatos concordou com a opção – apenas, por falta de coragem, submeteu-se.
Recebi de um leitor da Tribuna da Bahia, cujo nome preservo, um e-mail datado do dia 23 em que, depois de elogio imerecido a esta coluna, observou que insisto “em só apenas criticar qualquer coisa que venha do governo Lula”, não lembrando-se ele de alguma coisa elogiosa a esse governo publicada neste espaço (em verdade, procurando bem, acabaria achando; já elogiei, por exemplo, o Bolsa Família, como uma medida emergencial e provisória, portanto desde que tenha o sentido do peixe que se dá enquanto se ensina a pessoa a pescar).
Surpreendeu-me, porém, entre as várias observações do leitor, aquela em que alega – ressalvado o direito óbvio de cada indivíduo a ter opinião própria – que as frequentes críticas a “coisas que venham do governo Lula” ocorrem apesar do presidente da República ter um índice de aprovação cada vez melhor, atingindo os 80 por cento na última pesquisa CNT/Sensus. Então, estranha ele que esses 80 por cento possam estar errados e certos somente eu “e mais alguns jornalistas que não aceitam que um nordestino, que foi para São Paulo num pau-de-arara, que é analfabeto, como diz Caetano, seja presidente do Brasil”. E indaga “até quando vocês vão continuar com esse sentimento preconceituoso e discriminatório?”.
Respondi que procuro ser imparcial, isento, quando relato um fato ou faço uma análise, mas quando opino dou a minha opinião. Governo é posto por nós e pago por nós para acertar, acertar é obrigação. Não é preciso elogiar. Errar obriga à crítica. O artigo imediatamente anterior ao e-mail do estimado leitor e que talvez haja sido a gota d‘água que lhe encheu o copo opinava sobre duas coisas vindas do governo Lula. A defesa que a ministra e candidata do PT a presidente da República, Dilma Rousseff, fizera do retorno dos mensaleiros do PT à política e os rapapés (não me lembrei na ocasião de acrescentar os salamaleques) com que o governo Lula recebia em Brasília o presidente iraniano Ahmadinejad, o sinistro mentiroso que nega o Holocausto – a matança de seis milhões de judeus por Hitler.
Claro que o leitor que teve a gentileza de escrever-me não concorda com o insulto à humanidade perpetrado por Ahmadinejad e, estou convicto, também com a defesa de Rousseff quanto à volta dos mensaleiros. Apenas o meu artigo opinativo continha mais duas críticas “a coisas que venham do governo Lula” e ele talvez haja entendido que chegara a hora de não mais permanecer em silêncio. O somatório das críticas terá atingido o seu limite de paciência.
Quanto a estar eu “e alguns jornalistas” mais insistindo na crítica (que fiz também, com a mesma insistência, a coisas vindas do governo FHC, por exemplo), enquanto 80 por cento dos eleitores avaliam positivamente o presidente Lula, lembrei-lhe que nem sempre a maioria está certa. A maioria, respondi a ele, votou e sentenciou Sócrates a beber cicuta e não creio que essa maioria estivesse certa. A maioria reunida ante a Torre Antonia, em Jerusalém, pediu a libertação de Barrabás e a crucificação de Jesus e nem mesmo Pilatos concordou com a opção – apenas, por falta de coragem, submeteu-se.
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