Medo e falta de tempo foram
motivos apresentados pelos entrevistados.
Metade
dos homens brasileiros nunca foi ao urologista. Essa foi a constatação de uma
pesquisa feita pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU como parte das
comemorações do Dia do Homem, celebrado nesta quarta-feira, 15. Segundo o
levantamento, realizado em parceria com o laboratório Bayer, 51% dos 3.200
homens entrevistados nunca foram ao especialista.
Medo e
falta de tempo foram motivos apresentados pelos entrevistados na pesquisa,
feita no dia 24 de junho em oito capitais: São Paulo, Rio, Belo Horizonte,
Brasília, Porto Alegre, Curitiba, Salvador e Recife - foram ouvidos 400 homens
de cada cidade, com idade a partir de 35 anos. “Fazemos ações com o objetivo de
atrair o homem para a consulta, mas muitos dizem que não têm tempo ou acham que
não têm motivos para ir ao médico, mas o paciente tem de checar”, explica Roni
Fernandes, presidente da regional São Paulo da Sociedade Brasileira de
Urologia.
Segundo
Fernandes, a idade geralmente indicada para que os homens busquem especialistas
para verificar o risco de câncer de próstata é aos 50 anos e grande parte dos
homens não vai ao urologista antes dessa idade. “Não há uma idade certa para o
homem ir ao urologista. Ele pode ir desde a adolescência, passando pela faixa
dos 20 aos 40 anos para verificar a fertilidade. O homem tem de estabelecer uma
rotina.”
Dos
1.585 homens que afirmaram que vão ao urologista, 28% disseram que comparecem
às consultas uma vez por ano e 15% disseram que tinham ido há mais de três
anos. O representante comercial Francisco Barbosa, de 55 anos, está no grupo de
homens que nunca foram ao urologista. “Acho que nós temos de tentar chegar a
20% do que as mulheres fazem, porque os homens sempre ficam esperando para ir
ao médico e elas sempre vão.” Barbosa diz que ainda não buscou o especialista
por falta de interesse. “Não tenho diabete nem pressão alta. Jogo bola, caminho
e corro, mas sei que é melhor prevenir.”
A cada
seis meses, o pintor Paulo de Tarso, de 52 anos, vai ao médico, pois tem
pressão alta. Mesmo com os cuidados constantes, também nunca foi ao urologista.
“É um tipo de relaxamento. Não tenho medo de ir e penso em marcar.” O autônomo
José Edvânio Matos, de 27 anos, está fora da faixa etária pesquisada, mas pensa
em começar a se cuidar. “Eu tenho de ir ao médico, preciso cuidar da minha
saúde. Vou, no máximo, ao clínico-geral e, para ser sincero, nem sei o que um
urologista faz.” Ele estava em busca de informações sobre exames voltados para
homens que estão sendo realizados na Estação Sé do Metrô, na região central da
capital. O trabalho começou nesta terça-feira e seguirá nesta quarta das 6h às
14h. No local, estão sendo oferecidos exames gratuitos de glicemia, medição de
pressão e cálculo do Índice de Massa Corpórea (IMC). Medicações
Um dado
que surpreendeu os especialistas foi o alto índice de automedicação em casos de
disfunção erétil. “A pesquisa mostrou que 62% dos homens usaram estimulantes
sem indicação médica, dos quais 41% por recomendação de amigos e 47% com o
objetivo de aumentar o apetite sexual”, informou Carlos Sacomani, diretor de
Comunicação da SBU, que apresentou os dados. Outros 39% compraram por
indicações em farmácias. Entre os entrevistados na pesquisa, 71%, ou 2.272
homens, não sabem quais são os sintomas da andropausa, denominação popular para
o distúrbio androgênico do envelhecimento masculino, que é uma das causas da
disfunção erétil. “Entre os sintomas, estão a diminuição da libido, depressão,
distúrbios do sono, redução da força e da massa muscular”, explica Sacomani.
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