FONTE: Rayllanna Lima, TRIBUNA DA BAHIA.
Diversos fatores ligados ao sobrepeso acabam
atrapalhando na hora do sexo.
Nenhuma
relação com o excesso é boa. No mundo todo, o sobrepeso já é responsável por
mais mortes do que a desnutrição. De acordo com o último levantamento do
Ministério da Saúde, a obesidade já atinge metade da população brasileira.
Muitos sãos os problemas gerados pelo excesso de gordura. E um deles está
relacionado à vida sexual.
Diversos
fatores ligados ao sobrepeso acabam atrapalhando na hora do sexo. Responsável
pelo maior risco de doenças cardíacas, hipertensão e diabetes, a obesidade tem
causas biológicas que afetam diretamente a questão da disfunção erétil.
“Já foi
cientificamente comprovado que o excesso de peso reduz esse empenho sexual,
porque afeta diretamente o sistema circulatório, que impede o próprio fluxo do
sangue nos vasos capilares, e a região peniana é um desses locais”, explica a
psicóloga Carolina Marinho, da Clínica Obesidade.
De
acordo com a especialista, quem tem problemas biológicos tende a ter problemas
de outra ordem, associados a esse problema biológico. “A obesidade causa a
disfunção, e a disfunção causa outros problemas psicológicos. Dentre esses
problemas, a gente tem um complexo voltado para a baixa autoestima. A ansiedade
de desempenho sexual faz com que ele reduza o desempenho exatamente por estar
ansioso”, explica.
A
ansiedade e a imagem negativa de si mesmo são os fatores que mais provocam
dificuldades na hora do sexo. “Quando esse homem vê a sua virilidade afetada,
ele entra em contato com essa sensação de fragilidade, voltada para as questões
do desempenho sexual. O homem cresce nesse meio cultural, acreditando que a
virilidade é algo que mostra sua força, capacidade de conquistar as coisas na
vida. Então, quando a parte sexual do homem é diretamente afetada, ele afeta
todos os seus pontos da vida. Eles acabam estabelecendo processos de quadro
depressivo”, revela Marinho.
Além
dos problemas relacionados ao processo da virilidade emocional, ainda existe a
questão da baixa produtividade de testosterona - hormônio responsável pelas
características masculinas. “Aí afeta o sistema reprodutor do homem e a
produção de espermatozóide. Isso prova, mais uma vez, que a obesidade é uma
questão para além da estética. É uma questão de saúde grave, onde 72% dos
óbitos do país estão associados às comodidades relacionadas à obesidade, que
vai da hipertensão até o câncer”, afirma.
Grande
parte dos homens só procura ajuda quando os sintomas já estão agravados. Mas é
preciso ficar atento aos sinais que o corpo dá. O primeiro passo para tratar da
obesidade é reconhecer que alguma coisa não está indo bem. “Muitas pessoas
negam, não querem olhar o problema para não entrar em contato com o fracasso.
Reconheça que você está com alguma coisa errada, seja biologicamente,
emocionalmente, socialmente, e busque ajuda”, aconselha a especialista.
Com a
correria e os problemas diários, muitas pessoas descontam o estresse em
alimentos. Para não chegar à fase adulta com sobrepeso, é preciso desenvolver
hábitos saudáveis. “Os buracos vão sendo tapados com comida, as pessoas vão
buscando diminuir ansiedade através do alimento. Quando esse jovem chega à
terceira idade, o corpo já tem um declínio próprio. A relação com o excesso faz
com que a gente envelheça de uma forma pior”, avalia Carolina Marinho.
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