FONTE: Esther Inglis-Arkell, (gizmodo.uol.com.br).
A palavra do dia é “auto-amputação”. Significa
que um membro do corpo – normalmente um dedo – decidiu se amputar lentamente. A
outra palavra do dia é “idiopático” – significa que ninguém sabe porque isso
acontece.
Essa doença é conhecida como dactylolysis
spontanea. Revistas médicas a chamavam de ainhum quando ela
foi descoberta. O médico
brasileiro José Francisco de Silva Lima fez observações sobre ela em 1867.
Desde então, vários casos foram identificados no mundo, e nenhum deles foi
explicado.
Tudo
começa quando uma camada de tecido duro se forma ao redor da base do
dedo mindinho. Normalmente, ela se forma em ambos os dedos mindinhos,
afinal de contas, por que não ser simétrico, não é mesmo? Essas faixas de
tecido se tornam cada vez menores e mais apertadas, fazendo o dedo do
pé inchar. O dedo do pé dói, mas não há nada de errado com o resto do corpo.
Então, essa camada vai ficando cada vez
mais estreita e apertada, contraindo e quebrando os ossos do dedo do pé. O
dedo acaba ficando pendurado por um pedículo, um pouco de tecido e osso.
E, no fim, o dedo cai.
O processo pode durar anos. Não há tratamento
além de cortar o dedo logo de cara, para evitar dor e sofrimento. Ninguém tem
ideia do que faz isso acontecer. O máximo que se sabe é que isso tende a ser
mais frequente nos trópicos. Mas como nenhum médico sabe a causa, não há como
ter certeza de que seu dedo não vai amanhecer querendo cair em uma manhã
aleatória.
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