FONTE: Matheus Fortes, TRIBUNA DA BAHIA.
Em Salvador, o percentual de
adultos ? com idade igual ou maior que 18 anos ? que referiram diagnóstico
médico prévio de diabetes foi de 7,4%.
O Dia
Mundial do Diabetes é comemorado no próximo sábado (14), buscando conscientizar
a população sobre os perigos da doença, alertando para as formas de se
prevenir, e até mesmo de se conviver com o transtorno metabólico. Um
levantamento realizado pelo Ministério da Saúde em parceria com o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2013, constatou que o diabetes
– que é causado pela elevação de glicose no sangue – atinge a 9 milhões de
brasileiros.
Em
Salvador, o percentual de adultos – com idade igual ou maior que 18 anos – que
referiram diagnóstico médico prévio de diabetes foi de 7,4%. Considerando a
estimativa populacional do IBGE para o município de Salvador esse dado
corresponde, em média, a 216.160 pessoas diabéticas no município. De acordo com
a mesma pesquisa, no sexo masculino, a frequência de diabetes observada foi de
6,0% e, entre mulheres, o diagnóstico de diabetes referido foi de 8,7%.
O
diabetes é uma doença onde a secreção – ou ação – da insulina está comprometida
sendo ele dividido em duas categorias. O Tipo 1 acomete mais crianças,
adolescentes e adultos jovens, enquanto que a alteração é na secreção da
insulina. Já o Tipo 2 começa com a alteração na ação da insulina, para logo em
seguida afetar a secreção.
Por
muito tempo, o transtorno adquiriu uma fama tão ruim quanto o câncer ou
anomalias que podiam debilitar o paciente, levando-o a morte, ou privando de
uma vida comum. É verdade que o diabetes continua a não ter cura, mas, graças
aos avanços em pesquisas médicas e farmacêuticas ao longo dos anos, seu
tratamento é mais eficiente, garantindo que o portador possa ter qualidade de
vida, sem ter a necessidade de seguir uma receita vasta de remédios, ou
necessitando seguir uma “dieta do diabético”, por exemplo.
Novos métodos.
De acordo com a Dra. Ana Cláudia Ramalho, que é endocrinologista e
vice-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes – Regional Bahia, para os
pacientes que usam insulina várias vezes ao dia, existe a possibilidade do
tratamento com bomba de insulina que consiste numa grande evolução no
tratamento do diabetes. As indicações formais são: pacientes com hipoglicemias
severas (pacientes que entraram em coma); gestantes; crianças; pacientes que
não conseguem controle da glicemia com aplicação de insulina com canetas ou
seringa, ou pacientes que desejem mais flexibilidade de vida, ou querem apenas
reduzir a quantidade de aplicações, pois passam de 6 a 7 aplicações ao dia para
1 a cada 3 dias.
A
endocrinologista também coordenou um levantamento nacional com 429 pacientes
que fazem uso da bomba de insulina, e constatou que a qualidade de vida acabou
sendo a indicação mais frequente dentre os participantes da pesquisa. Segundo
ela, a restrição ao uso limita-se mais ao paciente que não conta carboidrato,
nem faz glicemia, sendo assim, um paciente engajado na terapia. “As vantagens
desse tratamento, em relação ao método tradicional, que utiliza seringas e as
canetinhas são a redução das aplicações, pois eles passam de 6 a 7 aplicações
ao dia para 1 a cada 3 dias. Há também a flexibilidade da vida, podendo o
paciente atrasar refeições ou dormir fora do horário habitual sem descompensar
o diabetes; e flexibilidade também na alimentação, permitindo ao paciente o uso
de doces sem exageros, é claro”, explica a Dra. Ana Cláudia Ramalho.
Embora
haja avanços, a endocrinologista continuou a ressaltar a importância de uma
rotina saudável. “O diabético também precisa dar importância a uma alimentação
balanceada, com a prática de exercícios físicos, além de medir sua glicemia na
quantidade de vezes indicada”, afirmou ela, destacando a obesidade e o
sedentarismo como fatores de risco para quem possui o transtorno. Segundo dados
fornecidos pelo Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), de janeiro a
outubro de 2015, 506 pessoas vieram a óbito na capital baiana, devido a
complicações ocasionadas pelo diabetes. Em todo ano de 2014, o transtorno
vitimou 694 pessoas no município. Ao analisar a distribuição por sexo, também
se contatou que o maior número de óbitos é do sexo feminino, com 284 ocorrências.
Dados
da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) revelaram que no Brasil 6,2% da população
de 18 anos ou mais referiram o diagnóstico médico do diabetes. A região
nordeste apresentou prevalência da doença de 5,4 %, e Salvador, uma das
principais cidades da região, registrou 5% nos adultos com mais de 18 anos. O
estudo também constatou que as mulheres (7,0%) apresentaram maior proporção de
relato de diagnóstico de diabetes que os homens (5,4%). Considerando a situação
do domicílio, na área urbana 6,5% da população de 18 anos ou mais de idade
referiu diagnóstico médico de diabetes, enquanto que na área rural a proporção
foi de 4,6%.
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