FONTE: CORREIO DA BAHIA.
Segundo Organização Mundial da Saúde, doenças
cardiovasculares são as principais causas mundiais de morte.
Complicações de origem cardiovascular têm se tornado cada vez
mais recorrentes. As doenças vasculares são aquelas que acometem veias,
artérias e sistema linfático. Suas causas são diversas, tais como diabetes,
obesidade, hipertensão, aterosclerose, sedentarismo, hereditariedade, traumas,
infecções, causas autoimunes e tabagismo.
O sistema
vascular, por sua vez, é o responsável por toda a circulação do sangue no corpo
humano. Através do sangue são levados os nutrientes, o oxigênio, as células de
defesa, e todos os componentes imprescindíveis para manter as células e o
organismo abastecidos.
A
angiologista do Hapvida Saúde, Lídia Costa, destaca as varizes de membros
inferiores como a mais comum entre as doenças cardiovasculares. “Se
caracterizam por veias varicosas que não exercem mais a função, provocando uma
série de sinais e sintomas como inchaço, dores, cansaço e em casos mais graves
úlcera”, detalha.
Tão
perigosas quanto às varizes, podem-se destacar também outros pontos. É o caso
do pé diabético, umas alterações da microcirculação e das fibras nervosas dos
pés causadas pelo diabetes e levam a infecções, ferimentos, úlceras,
neuropatias e até amputações.
Destaque também para a trombose venosa, que é uma oclusão de
uma veia interrompendo o fluxo sanguíneo, levando a dores, edema e trombose em
outros lugares como o pulmão (embolia pulmonar) e para a doença arterial
periférica, que é o estreitamentos e/ou oclusões nas artérias dos membros
inferiores levando a dores, infecções, gangrena e amputações. A angiologista
explica ainda que as doenças vasculares mais graves podem ser a trombose venosa
profunda, que se não tratada corretamente pode levar à morte por embolia
pulmonar, e o acidente vascular cerebral (AVC) devido a alterações nas
carótidas, pode causar danos cerebrais irreversíveis.
Hábitos Saudáveis.
Os
exercícios físicos melhoram e ajudam na circulação sanguínea. Para cada doença
há recomendações específicas de exercícios e outros métodos caseiros. O
importante é procurar um angiologista e/ou cirurgião vascular para indicar o
tratamento adequado para cada caso.
O
educador físico Leandro Ribeiro garante que a prática regular de exercícios
físicos tem um papel decisivo na mudança comportamental em relação a melhores
hábitos de vida e alimentares, não só daqueles que buscam a prevenção, bem como
daqueles em recondicionamento após um evento cardiovascular. “Atividades
aeróbicas regulares, específico para cada tarefa, não treina apenas o sistema
cardiovascular, mas também o sistema neuromuscular. Aconselho a musculação pela
facilidade de controle de suas variáveis de treino, além de ser a modalidade
que mais se adaptaria até mesmo ao hipertenso”, recomenda Ribeiro.
Segundo a
nutricionista Krisnarô Pavezi, a alimentação rica em vitaminas, sais minerais e
fitonutrientes, auxiliam na manutenção da integridade dos vasos sanguíneos e,
associada à uma hidratação eficaz, garante uma adequada circulação sanguínea.
Alimentos que contêm vitamina C e flavonoides juntos (frutas cítricas e
silvestres) fortalecem as paredes dos vasos sanguíneos impedindo os radicais
livres de comprometer sua resistência. Os ricos em ômegas, em especial do tipo
3, ajudam a evitar a formação de coágulos (trombose) e de depósitos de gorduras
na parede dos vasos (aterosclerose), aumentando a fluidez sanguínea e reduzindo
a pressão arterial.
O
resveratrol é um polifenol encontrado principalmente nas sementes e cascas das
uvas, possuem atividades antioxidantes, que contribuem para o efeito cardio
protetor. Os alimentos ricos nesses são fito nutrientes: acerola, laranja,
goiaba, amora e morango, cebola roxa e mirtilo, peixes de água fria (salmão,
sardinha), azeite de oliva, óleo de linhaça e suco de uva integral. “Devem ser
evitados alimentos industrializados, ricos em gorduras trans saturadas, que
apresentam excesso de sódio e conservantes como enlatados e embutidos e alimentos
ricos em açucares”, alerta a nutricionista.
Tratamento e Medicação.
No
entanto, se o indivíduo já possui um problema real, o ideal é controlar os
fatores de risco, evitar o tabagismo, consumo excessivo de álcool, stress,
aderir a uma alimentação saudável, usar meias elásticas (no caso das varizes)
para alívio dos sintomas, visitar o médico regularmente e monitorar a
hipertensão e o diabetes. Estas são algumas atitudes simples que ajudam o corpo
a manter-se saudável.
A
angiologista Lídia Costa adverte que dores e edemas de membros inferiores nunca
são normais, sempre devem ser investigados. “Em casos mais graves são
recomendados procedimentos cirúrgicos. As cirurgias dependem de cada caso, as
mais comuns são de varizes”, reforça.
Em
relação à automedicação, a especialista adverte: “Existem medicamentos que
prometem acabar, por exemplo, com as varizes, puro mito. O tratamento é
individualizado, pois se trata de doenças crônicas que têm controle, mas não
tem cura”, finaliza.

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