FONTE: *** Jairo Bouer, (doutorjairo.blogosfera.uol.com.br).

Segundo os resultado
publicados por pesquisadores da Universidade da Califórnia na revista Basic
and Applied Social Psychology, a Branca de Neve é quem deveria perguntar
para o espelho sobre a mais bela, e não sua madrasta.
Os pesquisadores
Christine Harris e Nicole Henniger contam que decidiram estudar o tema porque,
apesar de ser considerado um dos pecados capitais, a inveja também serve de
motivação para muita gente.
A dupla entrevistou
mais de 900 homens e mulheres com idades entre 18 e 80 anos para ouvir relatos
sobre ocasiões em que esses indivíduos tinham sentido inveja. Eles também
pediram para outras 800 pessoas da mesma faixa etária para se lembrarem de
casos em que tinham sido alvo de inveja.
A maioria dos estudos
prévios sobre esse sentimento foi feita com estudantes universitários, por isso
os pesquisadores decidiram ampliar a idade dos participantes.
Os resultados são bem
curiosos: mais de três quartos de todos os entrevistados relataram ter sentido
inveja no ano anterior à pesquisa. As mulheres foram um pouquinho mais
invejosas (79,4%) que os homens (74,1%). E cerca de 80% dos entrevistados com
menos de 30 anos admitiram ter sentido inveja, contra 69% daqueles com 50 anos
ou mais.
Em praticamente todos
os casos, a inveja foi dirigida a alguém do mesmo gênero. Isso surpreendeu os
pesquisadores – eles achavam que iriam encontrar mulheres almejando a posição e
o salário de colegas homens no trabalho, o que não ocorreu com muita
frequência.
O motivo do
sentimento, no entanto, mudou com o avançar da idade. Enquanto os jovens eram
mais propensos a invejar a aparência ou a vida amorosa de outra pessoa, menos de
15% dos entrevistados com mais de 50 anos relatavam o mesmo.
Sucesso profissional
e dinheiro foram motivos comuns para o “pecado” em todas as faixas etárias, mas
um pouco mais frequentes entre os mais velhos.
As mulheres tenderam
a invejar mais a aparência de outras mulheres (23,8% contra 13,5% dos homens),
enquanto os homens pensavam mais no sucesso profissional dos colegas (41,4%
contra 24,5% das mulheres).
Os pesquisadores
comentam que não dá para saber se essa diferença entre as faixas etárias tem a
ver com o envelhecimento, em si, ou é apenas algo que apareceu na pesquisa por
uma diferença entre a geração atual e a anterior. Só estudos futuros poderão
chegar a essa conclusão. Mas é bom acreditar que o tempo e a experiência tornam
as pessoas menos invejosas, não?
Jairo Bouer é médico formado
pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, com residência em
psiquiatria no Instituto de Psiquiatria da USP. A partir do seu trabalho no
Projeto Sexualidade do Hospital das Clínicas da USP (Prosex), passou a focar
seu trabalho no estudo da sexualidade humana. Hoje é referência no Brasil, para
o grande público, quando o assunto é saúde e comportamento jovem, atendendo a
dúvidas através de diferentes meios de comunicação.
Sobre o blog.
Neste espaço, Jairo Bouer publica informações atualizadas e opiniões
sobre saúde, sexo e comportamento.
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