Já ouviu falar em fome psicológica ou emocional? É quando a vontade de comer está associada a
emoções como tristeza, ansiedade ou mesmo cansaço. E, segundo um novo estudo da Universidade College
London, na Inglaterra, esse comportamento não se dá apenas em adultos. De
acordo com a pesquisa, publicada na terça-feira (19) no periódico
científico Pediatric Obesity, esse tipo de reação se aprende ainda
na infância.
Os cientistas analisaram dados de 398 crianças britânicas gêmeas, sendo
que metade delas era de famílias com pais obesos. O objetivo dos estudiosos era
investigar se a propensão genética ao excesso de peso teria
participação na fome psicológica ou se ela seria influenciada mais por fatores
ambientais, como os hábitos da casa, da escola…
Quando os voluntários mirins tinham 4 anos, seus pais responderam a
questionários sobre a tendência dos pequenos comerem mais ou menos quando
estavam tristes ou ansiosos. As informações de gêmeos idênticos e não idênticos
foram comparadas, e os resultados apontam que os genes familiares pouco
importam – ao contrário dos hábitos.
“Ter stress e emoções negativas pode afetar o apetite das pessoas de formas diferentes. Alguns atacam seus snacks
favoritos, enquanto outros perdem o desejo de comer”, diz Moritz Herle, um dos
líderes da investigação. Segundo ele, não se sabe muito bem quais são as
consequências desse comportamento desde a infância, já que não foram feitos
estudos que acompanhassem as crianças por muitos anos. “Mas nós vamos continuar
a pesquisar quais fatores têm relação com a fome emocional, como stress na hora
da refeição”, completa.
Embora não se conheça os efeitos a longo prazo, é provável que esse tipo
de postura nos primeiros anos de vida leve à obesidade na idade adulta ou até a distúrbios como anorexia e compulsão alimentar. “Entender como esses problemas se desenvolvem é
crucial para preveni-los”, declarou Clare Llewellyn, líder do artigo.
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