Exercícios aeróbicos (corrida, ciclismo e natação) são ótimos para a
saúde. Eles elevam o condicionamento cardiorrespiratório e liberam substâncias
que melhoram o humor, ajudando a reduzir o risco de problemas como hipertensão,
diabetes, infarto e depressão. Porém, vira e mexe ouvimos alguém dizer que não
faz esse tipo de atividade porque ela deixa a pele com um aspecto envelhecido.
Será que você precisa mesmo correr do treino para manter a pele conservada?
Por que o treino
aeróbico causa envelhecimento precoce?
Esse tipo de exercício usa oxigênio para gerar a energia que os músculos
necessitam. Nesse processo são liberados radicais livres, uma espécie de
resíduo da queima de oxigênio. Eles agridem o DNA das células e aceleram seu
envelhecimento.
Mas o problema só
ocorre quando você faz muito exercício aeróbico --ou seja, vários treinos na
semana com mais de uma hora de duração. Nesse caso, o número de radicais livres é muito maior do que nosso corpo
é capaz de "combater", e eles acabam danificando as células.
Como combater os
radicais livres?
Nosso corpo queima oxigênio e produz radicais livres o tempo todo, seja
quando você está correndo na esteira, seja quando está vendo TV no sofá. Para
neutralizar esses agressores e proteger as células de danos, há antioxidantes
circulando pelo organismo.
Se você quer manter um equilíbrio na produção de radicais livres, limite
as atividades aeróbicas a quatro sessões semanais, com até 60 minutos de
duração cada uma. Nos outros dias, prefira exercícios de fortalecimento,
como musculação, pilates e funcional. Caso não abra mão de passar horas
correndo, pedalando, nadando ou fazendo aula de jump, procure compensar
consumindo mais alimentos
fonte de antioxidantes: cenoura, mamão,
brócolis, espinafre, castanhas, acerola, abacaxi, laranja, limão, açaí, peixes.
A perda de peso também
é culpada.
Quem faz muito exercício aeróbico --e não exagera nas refeições -- acaba
reduzindo naturalmente os estoques de gordura no corpo todo, inclusive na face.
E um rosto jovem é caracterizado pelas formas mais arredondadas, com maçãs
cheias, como as de bebê. Um rosto muito magro se torna mais flácido e deixa
mais evidente os sinais de envelhecimento. Em inglês, há até uma expressão
para explicar isso, a runner’s face --já que esse visual é comum em quem
adere às corridas longas, como maratonas.
Impacto: mais um fator
do envelhecimento precoce.
Em atividades aeróbicas como corrida e pular corda há um grande impacto. Ele
tende a detonar fibras que sustentam a pele do rosto e deixá-la flácida.
Nas mulheres, o impacto desses exercícios ainda pode fazer os seios e o bumbum "caírem" --daí a importância de usar um top e uma bermuda
com boa sustentação.
Para minimizar os prejuízos na pele do rosto, os dermatologistas
recomendam investir em cremes com ativos firmadores (como DMAE e ácido
hialurônico). Procure também alternar os exercícios de alto impacto com
modalidades como bike e natação. Assim, você mantém a queima de calorias, e a
pele agradece!
E ainda há os danos do
sol.
Saiba que o maior causador de envelhecimento precoce em quem treina ao
ar livre não é o exercício aeróbico e, sim, o sol. Os raios UV provocam
alterações nas nossas células e estimulam (ainda mais) a produção de radicais
livres no organismo.
Então, não custa reforçar a velha e certeira dica: sempre passe protetor
solar antes de sair para fazer exercícios. Procure também realizar atividades
físicas nos horários em que a radiação é menos forte (antes das 10h e depois
das 16h) e proteja o corpo com tudo o que tem direito: boné, óculos, roupas com
FPS. Quanto menos a pele ficar exposta, menor o risco de ressecamento
excessivo, flacidez, manchas, rugas e envelhecimento precoce --além de câncer
de pele.
***
Fontes: Suzy
Vieira,
dermatologista especializada em microcirurgia reparadora pela Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), membro da Sociedade Brasileira
de Cirurgia Plástica e da Sociedade Brasileira de Laser; Mariana Marteleto,
dermatologista da All Clinik, especialista pela Universidade Federal do Rio de
Janeiro; Farize Murad, dermatologista da Clínica Thaís Pepe e Membro da
Sociedade Brasileira de Dermatologia; e Jardis Volpe, dermatologista da
Clínica Volpe de São Paulo.
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