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Paris, 27 Ago 2018
(AFP) - O aumento de CO2 na atmosfera reduzirá até 2050 as qualidades
nutritivas de muitos cultivos, o que poderia gerar carências de zinco, ferro e
proteínas em milhões de pessoas - aponta um estudo publicado nesta
segunda-feira (27).
O aumento desta concentração, que pode atingir 550 partes por milhão (ppm) por
volta de 2050, em comparação com 405 ppm em 2017, "reduzirá entre 3% e 17%
a presença de ferro, proteínas e zinco em muitos cultivos de base",
segundo pesquisadores da Universidade de Harvard, que analisaram 225 alimentos.
Esta diminuição da qualidade nutritiva de alguns alimentos poderia se traduzir
em uma carência de zinco para 175 milhões de pessoas e de proteínas para 122
milhões, exacerbando também os déficits existentes em mais de um bilhão de
pessoas, segundo o estudo publicado na revista Nature Climate Change.
Estas pessoas seriam somadas às 662 milhões que já sofrem carência de
proteínas, 1,5 bilhão, de falta de zinco, e 2 bilhões, de ferro.
"A falta de zinco afeta o sistema imunológico. As crianças correm um maior
risco de contrair doenças, como infecções respiratórias, malária, ou doenças
diarreicas", explicou à AFP o pesquisador Matthew Smith.
"Um déficit de ferro pode causar anemia" e aumentar a mortalidade nos
partos, assegurou. Além disso, a falta de proteínas pode provocar um atraso no
crescimento infantil.
As regiões mais ameaçadas são Norte da África, Oriente Médio e Ásia, segundo o
estudo.
Entre os cultivos-chave mais afetados estão o trigo, o arroz e o milho, que
"contribuem em cerca de dois terços com a oferta de proteínas, zinco e ferro
no mundo". Os dois primeiros são mais sensíveis ao aumento de CO2 na
atmosfera do que o milho, segundo Smith.
As populações mais pobres são as mais expostas, dado que, diferentemente das
mais ricas, não podem completar sua dieta com carne.
"As decisões que tomamos diariamente - como aquecemos nossa casa, como
comemos, como nos movemos, o que compramos - fazem com que nossos alimentos
sejam menos nutritivos, pondo em perigo a saúde de outras populações e das
gerações futuras", segundo Samuel Myers, coautor do estudo.
mh-laf/app/eg/db/t
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