Dois gatos receberam o
diagnóstico da Covid-19 em Nova Iorque, nos Estados Unidos, na última semana.
Embora os animais tenham tido sintomas leves e estejam em recuperação, pouco se
sabe sobre a transmissão da doença entre eles ou deles para humanos.
Em uma das casas cujo
gato foi diagnosticado com a infecção pelo novo coronavírus, uma pessoa estava
com a doença. Na outra, não havia ninguém com sintomas. De acordo com
informações da Associação Mundial Veterinária de Animais Pequenos (WSAVA, na
sigla em inglês), por enquanto não há dados que comprovem uma transmissão de
seres humanos para gatos ou cachorros (ou o inverso), e a principal forma de
disseminação da Covid-19 segue sendo entre as pessoas.
Conforme explica
Marcelo Ducroquet, médico infectologista e professor do curso de Medicina da
Universidade Positivo, em Curitiba, gatos e cachorros não são vetores de
transmissão da doença, e o risco de isso ocorrer é baixo. “Se a chance de o
vírus se reproduzir neles é incomum, a transmissão é menos comum ainda”,
explica.
Um estudo desenvolvido
na China comprova essa menor reprodutibilidade da doença entre os animais.
Pesquisadores do Instituto de Pesquisa Veterinária de Harbin inseriram o novo
coronavírus diretamente nos focinhos e narinas de gatos, cachorros, furões,
porcos, patos e galinhas. Eles verificaram que, entre todos, o vírus se
replicou mais nos gatos e furões. Nos demais, a reprodução do coronavírus não
foi significativa. O estudo foi divulgado pela revista Science.
Essas, porém, são
simulações feitas em laboratório. Para a WSAVA, contaminar os animais por uma
exposição natural a alguém contaminado parece ser mais difícil.
Sintomas
em animais.
Foram relatados
vômitos, diarreia e dificuldade de respirar, mas não há até o momento uma
relação causal desses sinais com a Covid-19 entre animais. Tais sintomas,
portanto, podem ter sido causados por outras condições, e não necessariamente
pela contaminação pelo novo coronavírus.
Mesmo por meio dos
pelos dos animais, os riscos de eles contaminarem os humanos são “baixíssimos”,
segundo Meyer. Outro cuidado, segundo a veterinária, está na confusão com
relação à vacina do coronavírus para animais.
Existem vacinas
voltadas a eles, mas a proteção é contra uma família diferente de coronavírus,
o CCoV, que acomete apenas os cachorros. No caso do novo coronavírus, que ataca
os seres humanos, o vírus é o Sars-Cov-2.
Cuidados diários.
Com relação à proteção
dos animais de estimação, os cuidados no dia a dia são os mesmos reforçados
pela Organização Mundial da Saúde para os seres humanos. A começar por
restringir as saídas apenas quando forem necessárias.
Para os gatos, é
importante que o tutor evite que o animal saia de casa e, entre os cachorros,
mantenha-no afastado e sem contato com outras pessoas. Sobre limpar as patas do
cachorro ao chegar em casa, o médico infectologista Marcelo Ducroquet não vê
necessidade.
“O contato com o solo é uma maneira improvável
de contrair o vírus, ainda mais de forma indireta. O que tem que fazer é evitar
o contato com outras pessoas. Passear sozinho é seguro, assim como não deixar o
animal entrar em contato com outras pessoas”, finaliza.
Caso o animal esteja em
uma casa com alguém diagnosticado com a Covid-19, é indicado que o animal seja
isolado dessa pessoa também, diminuindo o contato com o tutor contaminado.
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