Jovens lésbicas, gays,
bissexuais e que ainda questionam a própria sexualidade (LGBQ) são muito mais
propensos a sofrer violência física ou sexual em comparação com adolescentes
heterossexuais, revela uma importante pesquisa nos EUA.
A análise indica
que mais de um em cada dez jovens LGBQ relataram ter sofrido violência
por parte de parceiro íntimo no ano passado. E um em cada
cinco afirmam ter sido estuprados.
A conclusão foi obtida
a partir de entrevistas com quase 29 mil jovens de 14 a 18 anos, conduzidas
pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), naquele país, entre 2015
e 2017.
Do total, 87% dos
participantes se identificaram como heterossexuais; 2% como gays ou lésbicas;
7% como bissexuais; e quase 4% afirmaram que ainda não têm certeza de sua
orientação sexual. Os dados foram apresentados numa
carta publicada no periódico Jama Pediatrics.
Os adolescentes LGBQ enfrentam
aproximadamente o dobro de risco de sofrer violência física quando comparados a
heterossexuais. E a agressão algumas vezes é cometida pelos próprios parceiros
românticos desses indivíduos.
Garotas bissexuais ou
lésbicas apresentaram risco duas vezes maior de se envolver em brigas na escola
ou em qualquer outro lugar, quando comparadas às colegas heterossexuais. Já
os gays e bissexuais do sexo masculino parecem ser um grupo mais
vulnerável à violência sexual – com uma tendência quase cinco vezes mais alta a
estupro ou sexo forçado, em relação aos garotos hétero.
Os adolescentes
que se identificam como bissexuais, em particular, enfrentam um alto risco de
sofrer tanto violência física num relacionamento íntimo, como também estupros,
de um modo geral. Os pesquisadores acreditam que isso se deve à ideia
equivocada de que a bissexualidade é apenas uma fase na vida do jovem.
Segundo o autor
principal do estudo, Theodore Caputi, da Faculdade de Medicina de Harvard, este
é o primeiro estudo a contar com dados recentes, de uma amostra representativa
do país. Caputi acredita que essa prevalência tão alta é sinônimo de uma crise
na saúde pública. Essa também é a opinião compartilhada por especialistas da
Universidade do Estado de San Francisco que conduzem o Projeto Aceitação
Familiar, um grupo de pesquisas, educação e ativismo.
Os envolvidos no
trabalho acreditam que é preciso construir um ambiente de suporte para crianças
e adolescentes LGBTQ junto a famílias, escolas, congregações e instituições
comunitárias. Todo adulto tem um papel a ser cumprido para garantir a segurança
desses jovens e fazer com que sejam aceitos pela sociedade.
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