terça-feira, 5 de maio de 2020

POLUIÇÃO DO AR PODE PIORAR OS SINTOMAS DE COVID-19...


FONTE: Redação, https://www.msn.com/

                 

As imagens de céu azul e ar respirável se tornaram um dos símbolos da crise do coronavírus. A quarentena diminuiu a circulação de carros e a operação da indústria, limpando a atmosfera. Pensando que a poluição do ar mata 4,2 milhões de pessoas por ano, é um alívio bem vindo. Mas pesquisadores americanos estão tentando concluir o quanto a poluição do ar pode estar agravando os casos de coronavírus. Há uma suspeita de que as partículas de poluição possam conduzir o vírus mais facilmente. Isso reforça a importância de melhorar a qualidade do ar no mundo pós-pandemia. 

Um estudo recente descobriu que mesmo pequenos aumentos na quantidade de material particulado, conhecido como PM2.5, tiveram impacto nos sintomas de Covid19 nos Estados Unidos. O aumento de 1 micrograma por metro cúbico correspondeu a 15% de aumento no número mortes por Covid-19, de acordo com os pesquisadores, conduzidos por Xiao Wu e Rachel Nethery na Escola de Saúde Pública T.H. Chan, na Universidade de Harvard.

A OMS propõe que um limite seguro seja 10 microgramas PM2.5 por metro cúbico, na média anual de um determinado local. São Paulo tem média de 17,3 (em 2016, último dado disponível). De acordo com a pesquisa, os níveis de poluição de Nova York podem ter tido um peso no alto número de mortes do estado. O estudo avaliou 3,080 condados nos Estados Unidos. As pessoas que viveram em locais mais mais poluídos nos últimos 15-20 anos tiveram maior taxa de mortalidade. 

O estudo ainda não passou por revisão científica ainda. Mas Wu diz que a associação é provável por causa da presença mais alta de doenças respiratórias e cardíacas em locais mais poluídos. Além disso, a poluição do ar enfraquece o sistema imunológico e compromete a capacidade do organismo de combater infecções, de acordo com a Aliança Europeia de Saúde Pública. 

Um outro estudo da qualidade do ar na Itália também encontrou esta correlação. A Lombardia é a região com mais mortos do país, com 13.325 perdas até 26 de abril, enquanto a Emilia Romagna foi a província com o segundo maior número, com 3.386. Os pesquisadores concluíram que os altos níveis de poluição do ar no norte da Itália poderia ser considerado um fator adicional nos níveis de letalidade da região. 

Menos poluição do ar e menos contato.
Na Europa, muitos países que foram obrigados a fazer severas quarentenas estudam a reabertura, gradual e em fases. Muitos dos planos incluem incentivo a mobilidade ativa. Enquanto pedalar e correr não são recomendados em lugares em quarentena, com contágio descontrolado, estas formas de locomoção trazem enormes benefícios na reabertura. 

Trocar transporte público por bicicleta traz, de cara, grandes vantagens: facilita o isolamento social, reduz a emissão de poluentes na atmosfera, e melhora as condições gerais de saúde da população, ao melhorar as condições cardiorrespiratórias de quem se transporta de forma ativa. 

A França terá um pacote de 20 milhões de euros para incentivar o uso da bicicleta no país. Parte desse valor será usado em manutenção: quem tem uma bicicleta encostada na garagem poderá levá-la ao mecânico, que pedirá o reembolso de 50 euros ao governo. Uma medida inteligente, já dois terços das 30 milhões de bicicletas da França estão sem uso. O investimento vai cobrir também melhorias no estacionamento e educação no trânsito. 

Em Berlim, algumas ciclovias dos bairros mais agitados, como Kreuzberg, foram duplicadas, para que haja mais espaço de distanciamento entre quem está pedalando. Milão, capital da Lombardia, vai mudar fortemente sua mobilidade: o transporte público vai operar com capacidade reduzida, zonas 30 serão implementadas, calçadas serão alargadas e a rede de ciclovias vai ser aumentada em 35 km. O plano se chama “Ruas Abertas” e é a resposta da cidade ao “novo normal”, pós-pandemia.

Durante a crise, o governo de Nova York vai implementar quase 65 km de ciclovias e calçadas ampliadas para facilitar a vida de  ciclistas e pedestres — mas a ação tem prazo de validade e durará enquanto estiverem em vigor as restrições de lockdown.

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