Doença
acomete cerca de 300 milhões de pessoas no mundo, com 250 mil mortes por ano, e
pacientes estão no grupo de risco para a Covid-19.
Problema grave e
crônico que precisa ser controlado, pacientes que sofrem de asma estão no grupo
de risco para infecção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2). Independentemente da
presença da Covid-19, uma crise intensa de asma pode levar à morte. No mundo, a
asma acomete 300 milhões de pessoas, com 250 mil mortes por ano, segundo a
Organização Mundial de Saúde (OMS).
O alerta é do cirurgião
torácico Ricardo Sales, coordenador de Medicina Respiratória do Hospital Cárdio
Pulmonar, lembrando do Dia Mundial de Combate à Asma (primeira terça-feira do
mês de maio. Este ano, dia 5 de maio).
O médico diz que muitos
pacientes sofrem doença inflamatória crônica pulmonar, mas não sabem que têm o
problema para o qual diagnóstico correto e adesão ao tratamento são
fundamentais e podem evitar os episódios mais severos, garantindo qualidade de
vida.
“Durante a pandemia,
milhares de pessoas estão ficando em casa sofrendo com os sintomas, achando que
podem estar com a Covid-19 ou com receio de ir ao médico, pois já sabem que têm
a doença. A falta de ar ou dispneia pode ser confundida com cansaço ou fadiga,
que tem inúmeras causas. Por isso, a avaliação do especialista da pneumologia é
fundamental”, orienta Sales.
O pneumologista Marcel
Albuquerque, coordenador de Pneumologia do HCP, explica que o paciente com asma
não tem mais chance de contrair o novo coronavírus, mas os estudos mostram que
há uma predisposição para complicações respiratórias quando se tem a asma
associada.
“A asma não controlada
pode agravar os sintomas da Covid-19 e fazer com que a doença se apresente de
forma mais perigosa. Diante disso, recomendam-se as medidas de precaução, como
o isolamento social, cuidado com higiene pessoal e fidelidade ao tratamento”,
explica.
A asma é caracterizada
pela hiper-reatividade das vias aéreas inferiores, com chiado, falta de ar,
sensação de aperto no peito e tosse. “Esses são sintomas também comuns entre
pacientes que testam positivo para o novo coronavírus e podem também gerar
dúvidas sobre a presença ou não da Covid-19”, completa Marcel Albuquerque.
Por isso, diante do
quadro de pandemia, é necessário maior atenção para que os pacientes do grupo
de risco pela asma tenham atendimento em tempo hábil, evitando-se as
complicações respiratórias em decorrência da Covid-19.
O pneumologista Antônio
Carlos Lemos, também do serviço de Medicina Respiratória do HCP, explica que
paciente com asma precisa usar medicamentos, mas isso, por si só, não significa
tratamento completo da doença. Além dos remédios, a avaliação do ambiente e
controle de outros problemas de saúde, como a rinite ou obesidade, podem
ajudar. O médico também chama a atenção para o uso indiscriminado dos broncodilatadores,
vulgarmente chamados de “bombinha”.
Lemos diz que, “no caso
de uma falta de ar pela Covid-19, a bombinha pode retardar a busca pela
intervenção médica, fundamental também no caso da infecção pelo novo
coronavírus”. O médico diz que muitas pessoas que sofrem de asma fazem o uso
incorreto, recorrendo ao medicamento 10 ou 15 vezes ao dia.
“Esse paciente pode, na
verdade, ter indicação de um tratamento contínuo com medicações
anti-inflamatórias ou precisa de internamento para que receba outros medicamentos,
como adrenalina e corticoide, por exemplo. Isoladamente, a bombinha pode
aliviar o sintoma temporariamente, mas aumentar o processo inflamatório das
vias aéreas”, pontua o especialista.
Ambiente e genética.
Fatores ambientais e
genéticos podem gerar ou agravar a asma. Poeira, ácaros, fungos, variações
climáticas e infecções virais – especialmente o vírus sincicial respiratório e
rinovírus, principais agentes causadores de pneumonia e resfriado,
respectivamente – podem favorecer as crises.
Entre os fatores
genéticos estão o histórico familiar de asma ou rinite e obesidade, tendo em
vista que pessoas com sobrepeso têm mais facilidade de desencadear processos
inflamatórios.
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