segunda-feira, 23 de novembro de 2009

ÁGUAS PROFUNDAS...

FONTE: Janio Lopo (TRIBUNA DA BAHIA).

Nos últimos dias tenho fugido dos comentários eminentemente políticos (aliás, tem acontecido cada mico impressionante. Parece que algumas das nossas ditas autoridades piraram de vez) para me dedicar a um tema empolgante que dominará com mais ênfase a vida das novas gerações. A nossa velha e sempre jovem e atual Petrobras é a responsável pelo marco revolucionário do pré-sal, algo assombroso pela sua dimensão, ainda não mensurável na sua totalidade, e que já desperta interessa do mundo inteiro. Trata-se de negócios que podem chegar à casa dos trilhões, rompendo barreiras antes inimagináveis. Enquanto me debruço mais detalhadamente sobre o tema, passo ao leitor informações colhidas na revista Exame para que este tenha apenas uma pequena noção do que representa a nova riqueza brasileira e do que ela movimenta hoje e será capaz de movimentar doravante. “No mundo todo, os números que cercam a economia do petróleo são grandiosos. Os investimentos em exploração e produção somaram 332 bilhões de dólares em 2007, 70% do qual seguiu para o caixa das empresas fornecedoras de equipamentos e serviços. O resultado é que essas companhias têm crescido à taxa média anual de 19%, com margens de lucro de pelo menos 15% do capital investido. No Brasil não é diferente. Até 2013, a projeção de investimentos totais no setor é de 190 bilhões de dólares — média de 100 milhões de dólares por dia.
A maior parte virá da Petrobras. Mas isso deve ser só o começo. Na imaginação dos analistas, essas cifras extrapolam mais ainda. Um estudo do banco UBS Pactual aponta que seriam necessários 600 bilhões de dólares para a exploração do equivalente a oito campos de Tupi — cujas reservas, estimadas em 5 bilhões a 8 bilhões de barris de petróleo, representam uma parcela do que pode haver no pré-sal. Há não muito tempo, em 1997, petróleo e gás geravam o equivalente a apenas 2,8% das riquezas do país. Com o pré-sal, a estimativa é que a participação chegue a 20% do PIB até 2020. É um cenário dos mais otimistas, não há dúvida. Mas o petróleo descoberto milhares de metros abaixo do nível do mar só servirá para alguma coisa quando for tirado de lá. No mundo dos negócios, transformar o “bilhete premiado” do pré-sal em riqueza real é um dos maiores desafios atuais do ambiente empresarial brasileiro. A movimentação de empresas do mundo todo em torno do pré-sal brasileiro acontece antes mesmo de qualquer definição política por duas razões prosaicas. A primeira: as encomendas das empresas de petróleo — a Petrobras entre elas — estão ocorrendo. O dinheiro do pré-sal já está em circulação na economia. A segunda: as companhias que chegam primeiro a esse novo ambiente de negócios tendem a levar vantagem”. O assunto devia ser obrigatório, inclusive nas escolas e faculdades. Sistematicamente estarei voltado a ele, mas, confesso, preciso me atualizar.

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