FONTE: Roberta Cerqueira (TRIBUNA DA BAHIA).
Às vésperas do Dia Nacional de Combate ao Câncer, comemorado na próxima sexta-feira com objetivo de esclarecer a população sobre as formas de tratamento e prevenção da doença, uma pesquisa realizada nos Estados Unidos (EUA) levanta polêmicas, por considerar desnecessária a realização da mamografia antes dos 50 anos. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) recomendou ao Ministério da Saúde que o exame fosse feito a cada dois anos, em mulheres acima dos 50 anos, mas, a lei n.º11.664, em vigor desde abril deste ano, obriga a rede pública a oferecer o procedimento gratuitamente, a partir dos 40 anos.
Em 25 anos a taxa de mortalidade de câncer de mama aumentou 38,62%, segundo levantamento do Inca, o que o torna o câncer mais maligno entre as mulheres. O Instituto estima ainda que, até o fim do ano, 50 mil mulheres desenvolvam a doença, sendo 1.800 na Bahia. Para se ter uma ideia da gravidade dos resultados basta comparar os números com a segunda maior incidência entre o gênero: o câncer de colo de útero, que deve atingir 18.690 mulheres no país e 970, no estado.
“Este é o tipo de estudo que só atrapalha, pois o que mais lutamos é pela redução da mortalidade do câncer de mama e a mamografia é uma das mais importantes ferramentas para o diagnóstico precoce, que em 90% dos casos proporciona a cura da doença”, destaca o médico oncologista Cleber Gomes, coordenador da unidade de oncologia do Centro Estadual de Oncologia (Cican).
O especialista lembra ainda que, apesar da menor frequência de casos entre os 40 e 50 anos, quando mais cedo for diagnosticado o tumor, menos agressiva será a cirurgia para retirada do câncer. “Se o tumor começar a se desenvolver aos 40 e for detectado aos 50 anos, dificilmente, a mulher sobreviverá”, ressalta.Depois de examinar dados de 600.830 pacientes que fizeram mamografias de rotina entre 2000 e 2005, a Força Tarefa de Serviço Preventivo dos EUA (USPSTF) concluiu que “a decisão de iniciar exames de mamografia regulares a cada dois anos a partir dos 50 anos deve ser individual”. O estudo defende que as evidências do benefício são moderadas para mulheres com idade entre 40 e 49 anos.
A revisão científica destaca ainda que a mamografia para câncer de mama no grupo 40-49 pode resultar em diagnósticos equivocados e cirurgias desnecessárias, ou ainda pode falhar na detecção de câncer no conjunto. Em um estudo anterior, a USPSTF afirmara que de 10 a 20% das mulheres diagnosticadas com câncer de mama, os tumores não foram detectados pela mamografia.
Apesar do estudo ter partido deste país e levantado polêmicas no resto do mundo, o Departamento de Saúde dos Estados Unidos reafirmou, na semana passada, que manterá a recomendação para que mulheres saudáveis a partir dos 40 anos realizem mamografias regularmente.
Em nota, a secretária de Saúde dos EUA, Kathleen Sebelius disse que a Força-Tarefa, não estabelece as políticas federais e não afeta os procedimentos pagos pelo governo federal. “Eles apresentaram algumas novas evidências para consideração, mas nossas políticas permanecem inalteradas”, disse Sebelius.
No Brasil, ao que tudo indica, tudo permanece "como dantes no quartel de Abrantes." “Para mudar algo aqui, seria necessário modificar a legislação brasileira, que já prevê a mamografia a partir dos 40 anos”, diz Gomes, ressaltando que um estudo capaz de comprovar tal afirmativa levaria cerca de 20 anos, analisando pelo menos 20 mil mulheres.
Para a gerente da Divisão de Apoio à Rede Oncológica do Inca, Ana Ramalho Ortigão Farias, a revisão norte-americana ratifica uma recomendação que o Inca já fazia desde 2003. “Mamografias devem ser feitas em mulheres acima de 50 anos com exames e a cada 2 anos. Isso é seguido em outros países do mundo, principalmente na Europa”, disse.
Sobre a lei que garante a acessibilidade, Farias lembrou que a mamografia nunca foi proibida no SUS, em qualquer idade, “mas as evidências de benefício se mostram a partir dos 50 anos”.
Em 25 anos a taxa de mortalidade de câncer de mama aumentou 38,62%, segundo levantamento do Inca, o que o torna o câncer mais maligno entre as mulheres. O Instituto estima ainda que, até o fim do ano, 50 mil mulheres desenvolvam a doença, sendo 1.800 na Bahia. Para se ter uma ideia da gravidade dos resultados basta comparar os números com a segunda maior incidência entre o gênero: o câncer de colo de útero, que deve atingir 18.690 mulheres no país e 970, no estado.
“Este é o tipo de estudo que só atrapalha, pois o que mais lutamos é pela redução da mortalidade do câncer de mama e a mamografia é uma das mais importantes ferramentas para o diagnóstico precoce, que em 90% dos casos proporciona a cura da doença”, destaca o médico oncologista Cleber Gomes, coordenador da unidade de oncologia do Centro Estadual de Oncologia (Cican).
O especialista lembra ainda que, apesar da menor frequência de casos entre os 40 e 50 anos, quando mais cedo for diagnosticado o tumor, menos agressiva será a cirurgia para retirada do câncer. “Se o tumor começar a se desenvolver aos 40 e for detectado aos 50 anos, dificilmente, a mulher sobreviverá”, ressalta.Depois de examinar dados de 600.830 pacientes que fizeram mamografias de rotina entre 2000 e 2005, a Força Tarefa de Serviço Preventivo dos EUA (USPSTF) concluiu que “a decisão de iniciar exames de mamografia regulares a cada dois anos a partir dos 50 anos deve ser individual”. O estudo defende que as evidências do benefício são moderadas para mulheres com idade entre 40 e 49 anos.
A revisão científica destaca ainda que a mamografia para câncer de mama no grupo 40-49 pode resultar em diagnósticos equivocados e cirurgias desnecessárias, ou ainda pode falhar na detecção de câncer no conjunto. Em um estudo anterior, a USPSTF afirmara que de 10 a 20% das mulheres diagnosticadas com câncer de mama, os tumores não foram detectados pela mamografia.
Apesar do estudo ter partido deste país e levantado polêmicas no resto do mundo, o Departamento de Saúde dos Estados Unidos reafirmou, na semana passada, que manterá a recomendação para que mulheres saudáveis a partir dos 40 anos realizem mamografias regularmente.
Em nota, a secretária de Saúde dos EUA, Kathleen Sebelius disse que a Força-Tarefa, não estabelece as políticas federais e não afeta os procedimentos pagos pelo governo federal. “Eles apresentaram algumas novas evidências para consideração, mas nossas políticas permanecem inalteradas”, disse Sebelius.
No Brasil, ao que tudo indica, tudo permanece "como dantes no quartel de Abrantes." “Para mudar algo aqui, seria necessário modificar a legislação brasileira, que já prevê a mamografia a partir dos 40 anos”, diz Gomes, ressaltando que um estudo capaz de comprovar tal afirmativa levaria cerca de 20 anos, analisando pelo menos 20 mil mulheres.
Para a gerente da Divisão de Apoio à Rede Oncológica do Inca, Ana Ramalho Ortigão Farias, a revisão norte-americana ratifica uma recomendação que o Inca já fazia desde 2003. “Mamografias devem ser feitas em mulheres acima de 50 anos com exames e a cada 2 anos. Isso é seguido em outros países do mundo, principalmente na Europa”, disse.
Sobre a lei que garante a acessibilidade, Farias lembrou que a mamografia nunca foi proibida no SUS, em qualquer idade, “mas as evidências de benefício se mostram a partir dos 50 anos”.
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