quarta-feira, 25 de novembro de 2009

SAÚDE: NÃO HÁ SURTO DE MENINGITE...

FONTE: Karina Baracho (TRIBUNA DA BAHIA).
Como a Secretaria de Saúde acha que não há surto de meningite em Salvador, também não existe a vacina, segundo o Ministério da Saúde. Mesmo assim, dor, medo, revolta e apreensão tomaram conta dos moradores da Caixa D’Água, onde morreram duas crianças vítimas de meningite meningocócica C, o tipo mais grave da doença e onde existem mais dois casos suspeitos. De acordo com moradores, outras duas crianças estão internadas no Hospital Couto Maia, apresentando os sintomas da meningite em estado grave. A irmã de uma das vítimas que faleceu também está internada no mesmo hospital aguardando os resultados dos exames.No final da manhã de ontem, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), através da vigilância epidemiológica, disponibilizou o medicamento Rifaldin, para quem teve contato prolongado e pessoal com os dois garotos. “Aguardamos que os órgãos competentes se comprometam e não disponibilizem apenas o medicamento depois que vidas são ceifadas de maneira tão traumatizante”, disse o universitário Neemias Santos, 36 anos. Na Escola Municipal Josafá C. Borges, onde uma das crianças estudava, a direção, em parceria com a SMS, realizou uma reunião para que a população tirasse dúvidas em relação à doença e foi também distribuída a medicação.
População quer vacina que não existe
“Estou indignado com isso. Não é só fazer o paliativo com remédio, cadê a vacina”?, indagou o açougueiro Juarez de Jesus Santos, 28 anos. Pai de dois filhos que estudam naquela unidade escolar ele, desembolsou R$ 240 pela vacina para as crianças. “E quem não tem condições de pagar como fica? Isso deveria ser uma iniciativa dos órgãos competentes”.A profissional de Serviços Gerais Simone Rocha, 27 anos, disse estar apavorada com a situação. “Depois da explicação fiquei mais calma, mas ainda estou com medo”, destacou ela que tem uma filha e um sobrinho na escola. Segundo ela, a iniciativa foi muito boa. “Tirou as nossas dúvidas”, acrescentou. Mesmo gostando das explicações dos profissionais, o metalúrgico André Jorge Aragão, 36 anos, destacou que a vacinação deveria ser disponibilizada para toda a comunidade escolar. “Não este paliativo que é o antibiótico. Na verdade a vacina deveria ser aplicada para toda a comunidade escolar”. André Jorge também lembrou a demora da iniciativa. “Este ano é o primeiro caso de meningite aqui no bairro, precisou morrer duas crianças para que fosse iniciado este processo”, indagou revoltado. De acordo com a SMS, a medicação foi disponibilizada para quem teve contato prolongado e intimo com as vítimas, como abraço e beijo e principalmente para a aproximação quando os sintomas começaram a aparecer. Conforme o órgão, o Ministério da Saúde ainda não viabilizou para o município vacinas para prevenir a meningite meningocócica tipo C, pois ainda não está no calendário vacinal. População alerta – De acordo com Neemias Santos, a partir de hoje vai começar a Conferência Nacional de Educação, no bairro. “Cerca de sete mil professores de todo o Brasil vem para este evento que vai ser realizado na Escola Parque”, disse. Conforme ele, este é mais um motivo para que fosse aplicada a vacina. “Na verdade há muito tempo essa vacina já deveria estar no calendário, pois é uma doença muito grave e que mata em poucas horas”, alertou.Número de casos – De acordo com a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), foram registrados em 2009 um total de 1143 casos da doença com 126 mortes em toda a Bahia. Em 2008, foram 1279 casos com 123 mortes.

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