FONTE: Cintia Baio, Colaboração para o UOL, (noticias.uol.com.br).
Responsável pela cura
de muitas doenças desde a sua descoberta, os antibióticos podem se tornar
grandes vilões da saúde quando não administrados corretamente. Quando o
medicamento é recomendado sem necessidade ou quando os horários, dosagem e
tempo de tratamento não são respeitados, abre-se a porta para o surgimento de
infecções ainda mais graves e resistentes ao antibiótico.
Conheça, a seguir, 7 afirmações muito comuns sobre o uso desse tipo de medicamento e veja quais são verdadeiras:
Conheça, a seguir, 7 afirmações muito comuns sobre o uso desse tipo de medicamento e veja quais são verdadeiras:
Mitos
e verdades sobre antibióticos:
Qualquer doença pode ser
tratada com o uso de antibióticos?
Mito - Os antibióticos são
indicados para combater apenas as infecções bacterianas. Uma inflamação na
garganta, por exemplo, pode ser causada tanto por um vírus quanto por uma
bactéria, e cabe ao médico identificar qual é o agente causador antes de
receitar a medicação. ?Cerca de 90% dos casos de febre em crianças é causada
por vírus, ou seja, não é preciso tomar antibiótico?, diz o pediatra Tadeu
Fernandes.
Bebida alcoolica corta o
efeito do antibiótico?
Parcialmente verdade - O álcool em si não reduz diretamente o efeito
do medicamento, mas ele pode comprometer o funcionamento do organismo e,
consequentemente, prejudicar a ação do antibiótico. Por exemplo: o álcool é uma
droga que é metabolizada no sistema hepático, assim como alguns tipos de
antibióticos. Quando as duas substâncias chegam juntas ao fígado, o órgão pode
não dar conta de ?processá-las? e é aí que o antibiótico pode ter seu efeito
reduzido.
O uso de antibióticos
afeta de forma negativa a flora intestinal?
Verdade - Em média, nosso corpo tem 100 trilhões de
células e um número dez vezes maior de bactérias de diferentes espécie, grande
parte trabalhando para nos manter vivos. O grande problema é que o antibiótico
não consegue diferenciar as bactérias nocivas das aliadas e tenta destruir
ambas. Como cerca de 60% delas estão localizadas no sistema digestivo
(decompondo alimentos, fazendo vitaminas etc), a flora intestinal (composta
também por bactérias) acaba sendo prejudicada. ?É por isso que é muito comum as
pessoas relatarem casos de diarreia durante o tratamento?, diz Maria Esther
Graf, médica e membro da Sociedade Brasileira de Infectologia.
Posso parar de tomar o
antibiótico assim que me sentir melhor?
Mito - O tratamento com
antibióticos é longo, chegando a até 14 dias, mas muita gente desiste antes do
término por se sentir melhor. Mas é aí que está o problema. ?As bactérias mais
fracas são as primeiras a morrer. Se o tratamento é interrompido, as mais
resistentes ainda permanecerão no organismo e a infecção volta em pouco tempo?,
explica Felipe Lora, pediatra do Hospital Sabará. A melhora que é sentida nos
primeiros dias está relacionada apenas à redução da carga microbiana, o que não
significa que ela está totalmente exterminada.
Podemos nos tornar
resistentes a determinados tipos de antibióticos?
Parcialmente verdade - Não é o
indivíduo que se torna resistente ao uso do antibiótico, mas sim as possíveis
bactérias que podem sobreviver. Funciona assim: quando tomamos uma dose de
antibiótico, a maioria delas morre. No entanto, algumas podem ser muito mais
resistentes e permanecem no corpo (e se reproduzem). Na próxima infecção, essas
bactérias não serão mais ?derrotadas? pelo mesmo medicamento. É praticamente o
mesmo que acontece quando paramos o tratamento antes de chegar ao final.
É preciso tomar
antibiótico sempre no mesmo horário.
Verdade - O intervalo entre as doses é calculado a
partir da chamada ?meia vida? do remédio, que corresponde ao tempo que o
organismo leva para eliminar metade de uma droga. ?O horário precisa ser
respeitado para que o organismo não fique em nenhum momento com baixa
quantidade do medicamento, o que pode prejudicar o tratamento?, diz Maria
Esther .
Antibiótico mancha os
dentes das crianças?
Mito - Antigamente, se a criança
tomasse alguns tipos de antibiótico, como a tetraciclina, em determinadas fases
da infância corriam o risco de ficar com manchas nos dentes. Hoje em dia isso
não acontece mais?, esclarece o pediatra Felipe Lora. ?Costuma-se dizer que
eles também estragam os dentes, o que também é um mito?, completa.
Se uma dose for esquecida,
todo o tratamento fica comprometido?
Mito - Em tratamentos mais
longos, o esquecimento de uma dose ou o seu atraso dificilmente comprometerá a
eficácia do tratamento (desde que isso não se torne frequente). O máximo que
pode acontecer, segundo os especialistas, é o corpo ficar exposto por mais
tempo às bactérias, já que o medicamento não será reposto no intervalo
indicado. ?O melhor, nesse caso, é conversar com o médico para saber se será
preciso estender o tratamento, aumentar a próxima dose ou apenas prosseguir com
a orientação inicial?, diz Lora.
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