Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), 35%
da população brasileira sofre de algum tipo de alergia. Atualmente, os
medicamentos usados aliavam os sintomas, no entanto, pesquisadores descobriram
um anticorpo que pode impedir que a reação alérgica aconteça.
Quando o corpo é exposto a algum alérgeno
(substância que provoca reação alérgica em algumas pessoas), o sistema
imunológico passa a produzir uma enorme quantidade de anticorpo, chamado
imunoglobulina E (IgE), que se liga a células imunes e passa a liberar
substâncias químicas para atacar os “invasores”.
Uma equipe liderada por cientistas da Universidade
de Aarhus, na Dinamarca, descobriu como um anticorpo anti-IgE pode
impedir que a reação alérgica aconteça.
Este novo anticorpo é semelhante a uma série de
moléculas descobertas em espécies de peixes cartilaginosos. A maneira como ele
funciona no corpo humano é impedindo a IgE de chegar a dois tipos de receptores
imunes, assim, interrompendo a reação alérgica antes mesmo de ela começar.
"Uma vez que a IgE em células imunes pode ser
eliminada, não importa que o corpo produza milhões de moléculas de IgE. Quando
removemos o gatilho, a reação alérgica e os sintomas não ocorrerão",
explica Edzard Spillner, principal autor do estudo.
Embora o anticorpo ainda não tenha sido testado em
seres humanos, a equipe usou amostras de sangue de pessoas com alergias ao
pólen e veneno de insetos. Em apenas 15 minutos, o tratamento com esse
anticorpo reduziu os níveis de IgE em até 30% da quantidade inicial.
"Agora, podemos mapear com precisão como o
anticorpo previne a ligação de IgE aos seus receptores e isso vai nos permitir
visualizar estratégias novas para combater as alergias”, completou Nick
Laursen, biólogo molecular que participou do estudo.
Os pesquisadores reconhecem que são necessários
mais estudos para atestar a segurança do anticorpo em seres humanos.
"Nossa descrição do modo de ação desse anticorpo provavelmente acelerará o
desenvolvimento de medicamentos antialérgicos no futuro", escreveu a
equipe no artigo, publicado na Nature Communications.
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