FONTE: Daniela Carasco,
Do UOL, em São Paulo, http://estilo.uol.com.br
Quem nunca ouviu ou viveu uma história
de motel? Cenário propício a experiências diversas, o espaço costuma ser
protagonista também de uma série de lendas e tabus. Afinal, o que é verdade e o
que é mentira quando o assunto é o famoso quarto com espelho no teto?
Consultamos a Associação Brasileira de Motéis, o
clínico geral Roberto Debski, a infectologista da Unifesp Gisele Cristina
Gosuen e o infectologista do Hospital Santa Paula Claudio Gonsalez para
desvendar os principais deles:
Posso engravidar na piscina do motel.
MITO. “Aposto que está
cheia de espermatozoides”: este é um comentário clássico de quem tem aversão à
piscina de motel. Se o medo é de engravidar, acalme-se. Segundo a ABM, a água é
tratada com cloro, conforme padrões especificados da Vigilância Sanitária, e os
filtros, ligados 24 horas por dia. Não existe a menor chance de o
espermatozoide sobreviver. Fora do corpo humano, ele pode resistir por até duas
horas, mas, para isso, precisa estar em condições ambientais adequadas --
mergulhado em sêmen ejaculado dentro de uma camisinha. Agora, se a água não
estiver tratada, evite. Na ausência de cloro, agentes infecciosos e causadores
de DST, como os da Hepatite A, podem se reproduzir e contaminar os
frequentadores.
É melhor jogar água quente na banheira
de hidromassagem para desinfetar.
MITO. Motéis de qualidade
têm como prática higienizar e esterilizar a hidro em dois processos para evitar
contaminação. A primeira etapa é a da higienização da tubulação com um produto
à base de cloro, assim como nas piscinas. Já no outro processo é feita a
esterilização de toda a superfície da banheira com produtos desinfetantes. Até
porque só água quente não é o suficiente para combater bactérias e fungos. A
limpeza exige a presença de algum agente antisséptico como álcool ou
detergente. Na dúvida, se o espaço está bem cuidado, repare se existem manchas
ou sinais de ferrugem, que funcionam como alerta para evitar o uso. Caso
contrário, se jogue!
Quem vem depois inevitavelmente toca nas
secreções do casal anterior.
MITO. Há quem não frequente
motéis por conta do medo de tocar no esperma e no suor do casal anterior. A
ABM, porém, garante que após a saída de todo hóspede, camareiras fazem a troca
completa das roupas de cama e banho. Na sequência, tudo é encaminhado a
lavanderias terceirizadas, como qualquer hotel ou spa. Todas as peças do
enxoval disponíveis para uso devem estar embaladas em um saco plástico lacrado.
Se não estiverem, desconfie! Decidiu tomar um banho? Verifique se sabonetes e
xampus estão lacrados.
A comida sempre vem da padaria ao lado.
MITO. Hoje é cada vez mais
comum encontrar estabelecimentos com serviços que vão além da hospedagem. Os da
categoria Premium, por exemplo, têm como prática comum convidar chefs renomados
para assinar seus cardápios. De maneira geral, as cozinhas ficam abertas 24
horas por dia, com opções variadas de lanches, refeições completas e até
sobremesas.
Não dá para chegar a pé.
MITO. Por muito tempo, o
acesso aos motéis só era permitido de automóvel. Mas há cerca de três anos, com
o boom dos aplicativos de mobilidade, muitos estabelecimentos estão se
adaptando com locais de embarque e desembarque, além de portões para pedestre.
Há risco de contrair DST ao encostar nos
móveis.
VERDADE. Higienizar todos os
móveis costuma ser um procedimento operacional padrão dos motéis, que ainda
contam com uma dupla checagem. O problema é que se por acaso não for realizado,
o local fica propício à permanência de micro-organismos. Na presença de uma
secreção -- úmida e quente --, os causadores da gonorreia podem permanecer
ativos por até três dias, enquanto os do HPV, sete. A sobrevida dos
micro-organismos só cai quando estão em superfícies secas. Para não correr o risco,
prefira cobri-los com uma toalha ou então passar álcool em gel, que tem ação
protetora superior a 70%.
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