O
consumo em excesso desse tipo de produto, ainda mais de forma precoce, pode
levar a consequências mais extremas, como infartos e AVCs.
Férias, festas
e verão. Estudos, concentração e tensão. Nos cenários citados, é comum a pessoa
não querer perder nenhum segundo para o cansaço, a fadiga e o sono, deixando de
lado uma noite bem dormida de sono. Recursos são vários: café, guaraná em pó,
alguns tipos de chás. Na estação mais aguardada do ano, por conta do calor, a
alternativa tem sido os energéticos, principalmente entre os mais jovens. A
questão é que o consumo em excesso desse tipo de produto, ainda mais de forma
precoce, pode levar a consequências mais extremas, como infartos e AVCs.
O risco é
tamanho que um estudo publicado na revista europeia “Frontiers in Public
Health”, ano passado, alerta as autoridades de saúde pública e usuários a ter
uma maior atenção para os malefícios de bebidas energéticas à saúde, cuja
composição é de açúcar, vitaminas, guaraná, ginseng e cafeína. Conforme o
levantamento, esse tipo de bebida deveria ser regulada para a restrição do
consumo entre crianças e adolescentes.
Os riscos para
a saúde associados ao produto são principalmente atribuídos aos seus altos
níveis de açúcar e cafeína. Algumas bebidas possuem mais de oito vezes a
quantidade de cafeína de uma dose de café (100 mg da substância por 30 ml,
contra as 12 mg de um cafezinho).
Já estudos
anteriores estabeleceram que o consumo de cafeína começa a ficar mais
prejudicial para o organismo quando ele é superior a 400 mg por dia em adultos,
100mg por dia em adolescentes de 12 a 18 anos e 2mg por quilo em crianças
menores de 12 anos. Os maiores riscos estão associados a problemas no ritmo
cardíaco.
De acordo com
a nutricionista Anavalda Oliveira, além do sistema coronariano, outros sintomas
do uso excessivo de energéticos estão relacionados a insônia, dores de
estômago, acidez sanguínea, tremores nas pálpebras, erosão dentária, infarto e
tão falado Acidente Vascular Cerebral (AVC). “Os jovens têm feito um uso
crescente dos energéticos devido ao marketing das empresas, contudo eles não
podem esquecer dos seus componentes e os seus riscos para a sua saúde”,
alertou.
Segundo ela,
estudos apontam que os energéticos não devem ser oferecidos às crianças, devido
a grande quantidade de cafeína e outros estimulantes. Além disso, pesquisas
indicam que em crianças menores de 12 anos pode aumentar as chances de doenças
como pressão alta, ansiedade e insônia.
“Normalmente
os energéticos se ingeridos em pequenas quantidades, podem ser insuficientes
para que o estado alerta da pessoa seja restabelecido. Por exemplo, a cafeína
só gera o efeito estimulante em uma proporção de seu peso corporal vezes três.
Ou seja, um homem de 80 kg precisa consumir no mínimo 240mg para sentir os seus
efeitos. No geral seria uma lata e meia no máximo por dia”, disse a
especialista.
Indicação.
De acordo com
Anavalda, as bebidas energéticas foram desenvolvidas com o objetivo de
incrementar a resistência física do indivíduo, prover reações mais velozes a
quem as consome, levar maior concentração nas atividades exercidas, evitar o
sono, proporcionar uma sensação de bem-estar, estimular o metabolismo e ajudar
a eliminar as substâncias nocivas do corpo.
No entanto,
somente alguns grupos mais específicos é quem devem realizar o consumo de
energéticos, conforme aponta a nutricionista. “Os energéticos são indicados
para desportistas, motoristas e estudantes. Devem ser evitados em jejum, pois a
cafeína é um irritante gástrico. O seu consumo em jejum leva a potencialização
de seus efeitos por sua absorção ser mais rápida. Além disso, eles não devem
ser consumidos associado à outras bebidas como as alcoólicas, pois aumenta o
desejo pelo álcool e o risco de intoxicação”.
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