No
dia a dia sempre contamos pequenas mentirinhas que, na grande parte das vezes,
são inofensivas e até mesmo necessárias. Mas quando o hábito de inventar fatos
se torna frequente e as histórias passam a ter impacto significativo e grave,
pode resultar em complicações sociais e fazer com que uma pessoa se torne um
mentiroso compulsivo.
Quando a mentira se torna uma
compulsão.
Contar
mentiras regularmente não apenas resulta em problemas de relacionamento, mas
também pode provocar alterações no cérebro. De acordo com um estudo realizado
pela Universidade de Londres, Inglaterra, mentir com muita frequência cria mudanças
cerebrais que fazem com que um indivíduo se “vicie” na estratégia.
A
pesquisa, publicada no site EurekAlert, aponta que é comum sentir desconforto, culpa e medo
quando contamos uma mentira. Os sentimentos são involuntários e gerados por uma
reação natural da amígdala, área do cérebro que pode regular determinada
quantidade de histórias falsas que relatamos.
Quando
a invenção de fatos passa a se tornar um hábito, a pessoa pode acabar
comprometendo justamente esse “freio” do cérebro, que fica mais fraco e menos
eficiente, aumentando os riscos de um indivíduo se transformar em um mentiroso
compulsivo e perca, em maior ou menor nível, a consciência de seus atos.
O
trabalho científico mostrou que a resposta controladora da amígdala fica
reduzida ao longo do tempo à medida em que as histórias falsas ficam maiores,
levando a um ciclo vicioso em que pequenas mentirinhas “inocentes” se
transformem em possíveis atos perigosos de desonestidade.
Outra
indicação de que a mentira compulsiva está relacionada a fatores cerebrais pode
ser notada em um estudo feito pela Universidade da Califórnia do Sul, EUA, que
observou a mente dos mentirosos.
Os
participantes do levantamento foram separados em 3 grupos: mentirosos
compulsivos, sociopatas que não mentem de forma doentia e pessoas normais.
Todos passaram por análises de ressonância magnética.
Os
cientistas descobriram que os mentirosos compulsivos tinham 22% mais massa
branca nas regiões pré-frontais, responsáveis por tomadas de decisão e
julgamento, do que as pessoas normais. Os dados, obtidos com a avaliação de 180
voluntários, foram divulgados pela revista Science, mas não deixam claro se refletem a causa ou o efeito da
mentira.
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