FONTE: *** Marcos Candido, Do UOL, http://estilo.uol.com.br
Transexuais, relações bissexuais e lésbicas.
Segundo a plataforma on-line de conteúdo adulto Pornhub (que tem média de 81
milhões de visitas diárias), essas foram as categorias favoritas dos
brasileiros na hora de consumir pornografia em 2017. Se o senso comum diz que
“você é o que consome”, o que esses fatos revelam sobre a sexualidade do
brasileiro?
Segundo os especialistas ouvidos pelo UOL,
há duas possíveis explicações. A primeira é que, como a pessoa acessa
anonimamente o site, pode satisfazer desejos que, à luz do dia, ficam guardados
em função do medo de sofrer preconceito. A segunda é que o levantamento
--divulgado em 9 de janeiro-- pode demonstrar uma abertura maior à
experimentação sexual.
Trans.
Uma evidência é a predileção do brasileiro,
segundo o Pornhub, por assistir pornografia com transexuais. Por aqui,
assistiu-se 84% a mais de filmes dessa temática do que nos 20 países presentes
no levamento. Em contrapartida, o
Brasil lidera como a nação que mais mata pessoas transexuais no mundo.
Para a sexóloga Eliane Maio, esse comportamento é
resultado do pouco diálogo sobre sexualidade nas famílias e no ambiente
escolar.
“Falar de orientação sexual e, nesse caso, de
identidade de gênero, ainda é permeado por tabus. Assim, tabus, por serem
concepções truncadas, sem discussões assertivas, geram preconceitos e
agressões, violências”, diz.
Por trás desse preconceito podem se esconder
“desejos reprimidos”. “Uma forma de satisfazê-los seria a busca, solitária, de
cenas sexuais com transexuais, para minimizar ou ‘aliviar’ os desejos que não
podem ser expostos, pelo preconceito.”
Lesbianismo e bissexualidade.
Em comparação aos mais de dez países da lista, o
Brasil também assistiu 46% a mais de vídeos de sexo “bissexual”. A procura por
“bissexual brasileiro”, inclusive, cresceu 280% em 2017, em comparação a 2016.
No Brasil, porém, a seção que une vídeos de sexo
lésbico ainda foi a mais acessada pelo público no ano passado. E foram mais as
mulheres, no mundo todo, que buscaram por esse tipo de conteúdo.
Para Victor Barreto, especialista em sexualidade
e doutor em antropologia pela Universidade Federal Fluminense, os dados mostram
que a indústria do sexo on-line, apesar de majoritariamente voltada a um
público heterossexual masculino, tem sido repensada por consumidores mais
diversos.
“Já é possível perceber toda uma recente produção
pornográfica feita por e para mulheres, lésbicas, bissexuais ou não, e daquilo
que podemos chamar da cultura ‘queer’ [menos apegada a orientações sexuais]”,
avalia o pesquisador. E adiciona: “Não podemos julgar a internet somente como
um grande ‘armário’. Ele também é um espaço de autoconhecimento e
experimentação da sexualidade.”
Consumo de pornografia *.
·
35% dos brasileiros que acessaram ao Pornhub em
2017 foram mulheres, mas homens ainda são maioria, totalizando 65% das visitas;
·
64% dos visitantes brasileiros tinham entre 18 e
35 anos;
·
Por aqui, o número de acessos via smartphone foi
maior (64%) do que o número de visitas feitas pelo computador (32%);
·
Além das categorias citadas acima, o Brasil é um
forte consumidor de produções pornôs em animação, os chamados
"hentais". A justificativa utilizada pelo site é de que o Brasil é um
dos países com maior concentração de japoneses fora do Japão, já que produções
desse tipo costumam ter como origem o país oriental;
·
O ator Kid Bengala é o astro pornô mais popular
no Brasil, seguido pelas atrizes norte-americana Alexis Texas e Mia Khalifa e
pelas brasileiras Julia Paes e Vivi Fernandez.
*** Fonte: Pornhub Insights
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