Remédios à base de plantas, como a erva de São
João, ginseng e ginkgo biloba, podem promover interações prejudiciais com os
medicamentos convencionais. É o que revelou uma revisão de estudos que
descobriu dezenas de casos em que tratamentos alternativos afetaram os efeitos
de medicamentos. Seja deixando-os mais potente ou causando efeitos colaterais
perigosos.
O artigo apresentou exemplos de pacientes que sofreram sérios problemas depois de tomar medicamentos à base de plantas junto com drogas, como antidepressivos, medicamentos para o HIV, epilepsia e doenças cardíacas.
Charles Awortwe, da Universidade de
Stellenbosch, na África do Sul, e um dos autores do artigo, disse que
sua equipe resolveu investigar esse tema devido ao uso generalizado de
medicamentos à base de plantas junto com medicamentos prescritos.
Ele e os colegas examinaram a literatura médica
para identificar casos anteriores de pacientes que sofreram reações adversas. A
análise, publicada no British Journal of Clinical Pharmacology, incluiu
49 relatos de casos e dois estudos observacionais prévios, que detalham 15
casos de reações adversas a medicamentos.
Em seguida, analisaram os casos, determinando se os
problemas foram provavelmente causados por uma interação, com base nas
propriedades farmacológicas dos ingredientes ativos. Eles concluíram que os
medicamentos à base de plantas provavelmente afetaram quase 60% dos casos.
Em um relato de caso, um homem de 55 anos morreu de
convulsão durante a natação. A autópsia concluiu que os suplementos de ginkgo
biloba que o homem estava tomando --para aumentar a função cognitiva-- podem
ter inibido a medicação anticonvulsiva.
Vários casos documentaram pacientes com problemas
cardíacos que tomavam anticoagulantes e estatinas que teriam sofrido
complicações ligadas a sálvia, linhaça, erva de São João e chá-verde. A maioria
dos pacientes foi diagnosticada com doenças cardiovasculares, câncer e
transplantes de rim.
Estudos recentes mostraram que é possível que
alguns ingredientes ativos em ervas medicinais afetem o metabolismo do fármaco,
acelerando a taxa que os medicamentos são quebrados no fígado e reduzindo sua
eficácia.
"Se você está tomando remédios de ervas, deve
contar ao clínico. Uma interação potencial e suas consequências podem ser muito
prejudiciais para sua saúde", revela Awortwe.
Um alerta no site da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), também aponta para os perigos de misturar os remédios:
"Os fitoterápicos são medicamentos alopáticos, possuindo compostos químicos que podem interagir com outros medicamentos. As plantas medicinais também possuem compostos químicos ativos que podem promover este tipo de interação.
Um alerta no site da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), também aponta para os perigos de misturar os remédios:
"Os fitoterápicos são medicamentos alopáticos, possuindo compostos químicos que podem interagir com outros medicamentos. As plantas medicinais também possuem compostos químicos ativos que podem promover este tipo de interação.
Deve-se ter cuidado ao associar medicamentos, ou
medicamentos com plantas medicinais, o que pode promover a diminuição dos
efeitos ou provocar reações indesejadas.
Um exemplo é o uso de Hipérico junto a
anticoncepcionais, podendo levar à gravidez, outro é o uso de Ginco (Ginkgo
biloba) junto a anticoagulantes, como warfarina ou ácido acetilsalisílico,
podendo promover hemorragias.
Deve-se sempre observar as informações contidas nas
bulas disponibilizadas nos medicamentos e questionar o seu médico ou
profissional de saúde sobre possíveis interações."
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