FONTE:, Chloé Pinheiro, https://www.msn.com
É
comum ver grávidas reclamarem
que esqueceram alguma coisa ou se sentem mais lentas. O
fenômeno, chamado em inglês de “baby
brain”, algo como “cérebro de bebê”, já foi questionado pela ciência,
mas uma nova pesquisa mostra que, sim, há um pequeno prejuízo no funcionamento
do cérebro das futuras mamães.
O trabalho foi
feito por pesquisadores da Universidade de Melbourne, na Austrália, que
analisaram 20 estudos sobre o tema. Os resultados mostraram que, quando
comparadas com mulheres que não estão grávidas, as gestantes apresentam declínio cognitivo, que pode se
manifestar com os tais esquecimentos ou dificuldade para raciocinar. O
impacto era maior no terceiro trimestre.
Os autores explicam que essas diferenças
parecem ligadas à recente descoberta de que há uma diminuição no volume de substância cinzenta no
cérebro da mulher durante a gestação. Esse tecido carrega os neurônios e atua
em funções cerebrais importantes, como coordenar impulsos elétricos, atividade
muscular e processamento de informações.
“O cérebro é muito sensível à ação de hormônios cujos
níveis aumentam durante a gestação, sem contar o estresse
psicológico e o metabólico do organismo, que precisa nutrir o bebê”, explica
Fábio Porto, neurologista do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo
(USP). “Mas trata-se provavelmente de um transtorno temporário”, conclui Porto.
Vale ressaltar, ainda, que o impacto é leve e não
necessariamente sentido por todas as mulheres. De qualquer maneira, há jeitos
de preparar a mente para atravessar períodos conturbados. “O ideal é tentar
manter uma rotina de sono
adequada, se possível dormir um pouco mais até fazer exercícios
físicos, mesmo que leves, e atividades que estimulem o cérebro e a
concentração, como ler e ouvir música”, ensina o neurologista.
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