FONTE: Do VivaBem, em São Paulo, http://vivabem.uol.com.br
É sempre um desafio descobrir quais são os
primeiros sinais do Alzheimer. Muitas vezes, quando percebemos a doença, ela já
está em um estágio avançado e a falta de memória é seu principal sintoma.
Agora, uma nova pesquisa da Washington University School of Medicine em
St. Louis, nos Estados Unidos, indica que distúrbios no ritmo circadiano, como
alterações no sono, ocorrem em pessoas cujas memórias estão intactas, mas que
em varreduras cerebrais mostram evidências de Alzheimer.
Isso é importante porque o dano de Alzheimer pode
ocorrer no cérebro de 15 a 20 anos antes de os sintomas clínicos aparecerem. A
pesquisa foi publicada na revista Jama Neurology.
"As pessoas no estudo não estavam privadas de
sono", explicou o primeiro autor da pesquisa, Erik S. Musiek. "Mas
seu sono tendia a ser fragmentado. E adormecer por oito horas à noite é muito
diferente de ter oito horas de sono fragmentado durante o dia".
Os pesquisadores também realizaram um estudo
separado em camundongos, que será publicado no Journal of Experimental
Medicine, mostrando que as rupturas circadianas similares aceleram o
desenvolvimento de placas amilóides no cérebro, que estão ligadas à doença de
Alzheimer.
Estudos anteriores feitos na Universidade de
Washington, tanto em pessoas quanto em animais, descobriram que os níveis de
amilóide flutuam de maneira previsível durante o dia e a noite, mas diminuem
durante o sono. Diversos estudos mostraram que os níveis aumentam quando o sono
é interrompido ou quando as pessoas não têm um sono profundo suficiente, de
acordo com pesquisas do autor sênior, Yo-El Ju.
Neste novo estudo, descobrimos que as pessoas com
Alzheimer, mesmo antes de apresentar sintomas, tiveram mais períodos de sono
durante o dia e mais períodos de atividade à noite" Ju, professor assistente de
neurologia.
E agora?
Tanto a Musiek quanto o Ju disseram que é muito
cedo para responder a questão se os ritmos circadianos perturbados significam
risco para a doença de Alzheimer ou se as alterações relacionadas ao Alzheimer
no cérebro perturbam os ritmos circadianos. "No mínimo, essas rupturas
podem servir como biomarcadores para doenças pré-clínicas", afirmou Ju.
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