sexta-feira, 1 de junho de 2018

POR QUE TANTOS HOMENS TRATAM MAL A MÃE?...


FONTE:, http://liabock.blogosfera.uol.com.br




Agora que o Dia das Mães já passou a gente pode falar sobre este assunto, este mistério da humanidade. A mulher pare, amamenta, alimenta, dá amor, carinho, passa pomadinha no bumbum, beija incontáveis machucados, paga as contas, põe pra dormir, dá limite, incentiva, aguenta, respeita e algumas (muitas) coisas mais, pra ali na frente fulaninho ser grosseiro, gritar e fazer malcriação?

E eu não estou falando de crianças que chamam suas mães de “a mais chata do mundo” e nem dos pré-adolescentes que nos amaldiçoam porque não deixamos ir na tal festa. Estou falando de marmanjo adulto. De homem feito, barbado, que vive fazendo desfeita, levantando a voz e perdendo a paciência.

E não me venham dizer “eu não faço isso” ou “de onde eu venho nenhum boy trata a mãe mal”. Por favor. Do meu vizinho ao carinha no ponto de ônibus, de alguns amigos ao político que dizia desaforos para a mãe no telefone no aeroporto rumo à Brasília: é um mal generalizado, muitos caras são impacientes e inadequados com suas mães. O que, vejam, não significa que todos se comportem assim.

Tenho dois filhos homens e essa questão realmente pega pra mim. Fico me perguntando onde essas mulheres erraram, porque eu quero (preciso) fazer diferente. E claro: como toda mãe, eu sempre acho que a culpa é minha. E se não é, vai ser. (Obrigada cultura patriarcal por nos fazer assim).

Deve ser culpa desse amor incondicional, que não morre nem quando deveria – Precisamos falar sobre kevin (o filme) feelings. Deve ser culpa da certeza mais que absoluta de que nunca vamos abandoná-los. (Tá, ok. Algumas abandonam e isso é triste pra caramba. Mas não dá nem pra comparar com o número de pais que abandonam seus filhos. No geral, é a mãe que fica lá, com a prole a tiracolo).

Faça esse exercício, olhe em volta. Pense: quantos homens ao seu redor tratam a mãe com o respeito e o amor devido? Quantos não perdem a paciência com elas por coisas bestas? Isso sem falar em coisas menores (mas não menos devastadoras – sim, tô meio mãe judia hoje), como silenciar o celular dizendo: “ai cara… minha mãe me ligando de novo”.

Meus filhos ainda não têm idade pra ter celular, mas só de pensar neles fazendo isso eu já deprimo.

Macharada, olhem pra vocês! Vamos valorizar essas mães aí! E eu não tô falando de colocar foto do Facebook no dia do aniversário e nem de post fofo no Dia das Mães. Estou falando das pequenas atitudes do dia a dia, de retribuir com respeito, paciência e amor tudo (TUDO!) que a sua mãe te deu, te dá e vai dar.


Sobre a autora.
A jornalista Lia Bock começou a publicar os textos sobre relacionamento que escrevia desde a adolescência em 2008, no site da revista TPM, onde se tornou redatora-chefe. Passou por publicações como Isto É, Veja SP e TRIP e foi colunista de sexo da GQ. É autora do livro "Manual do Mimimi: do casinho ao casamento (ou vice-versa)". Já morou em Pirenópolis e em Londres. Nasceu em 1978 e é mãe de dois meninos.

Sobre o blog.
Um espaço para pensatas e divagações sobre sexo, filhos, coração partido, afetações apaixonadas e o espaço da mulher no mundo.

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