Sigla está em um
documento sobre o próximo Sínodo dos Bispos.
O Vaticano usou o termo
"LGBT" pela primeira vez em um documento oficial, publicado na última
terça-feira (19). O arquivo em questão é um "instrumentum laboris",
espécie de texto preparatório para o próximo Sínodo dos Bispos, que acontecerá
entre 3 e 28 de outubro de 2018.
No texto, que aborda a
relação da juventude com a Igreja, a Santa Sé diz que "alguns jovens LGBT
desejam se beneficiar de uma maior proximidade e experimentar uma maior
atenção" por parte do catolicismo.
"Enquanto isso,
algumas conferência episcopais se interrogam sobre o que propor aos jovens que,
ao invés de formar casais heterossexuais, decidem constituir casais
homossexuais e, sobretudo, desejam estar próximos à Igreja", diz o
documento.
O texto ainda pede que
os responsáveis eclesiásticos enfrentem "de maneira concreta temas
controversos como a homossexualidade e as temáticas de gênero, sobre as quais
os jovens já discutem com liberdade e sem tabu".
Em coletiva de imprensa
para apresentar o texto, que representa uma mudança significativa para uma
Igreja acostumada a termos vagos, como "pessoas com tendências
homossexuais", o cardeal Lorenzo Baldisseri explicou que o objetivo é
conscientizar sobre a importância de se acompanhar os jovens, sem nenhum tipo
de exclusão.
Por outro lado, Francis
DeBernardo, diretor-executivo da organização norte-americana New Ways Ministry,
que representa católicos LGBT, disse que a medida é muito bem-vinda, mas que
isso é pouco para resolver as desigualdades dentro da Igreja.
"Essa mudança na
linguagem indica que os oficiais da Igreja estão começando a entender que eles
têm de tratar as pessoas LGBT com respeito", declarou DeBernardo em um
comunicado. Ainda que relacionamentos gays sejam considerados pecados pela
doutrina católica, o papa Francisco já deu algumas declarações que mostram um
sinal de abertura.
Recentemente, disse a
frase "Deus te ama assim" a um homossexual vítima de pedofilia no
Chile. Em outra ocasião, logo no início de seu Pontificado, surpreendera o
mundo ao dizer "quem sou eu para julgar?" ao falar sobre gays.
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