Cuidados com a dieta, identificar a causa do
estresse e tratá-lo são fundamentais.
A expressão "gastrite nervosa"
é muito usada e bastante comum, mas não existe uma definição precisa para o seu
significado. Habitualmente usa-se este termo relacionado quando a pessoa
apresenta sintomas de gastrite -
como sensação de dor ou queimação no estômago - em alguém submetido a um estresse emocional
significativo, não necessariamente exibindo alterações inflamatórias gástricas,
que são evidenciadas com a endoscopia.
Já a gastrite com inflamação do estômago é causada
principalmente pela bactéria Helicobacter pylori, por medicamentos
(especialmente anti-inflamatórios), uso de álcool e drogas, outros agentes
infecciosos, radiação, estresse metabólico
(queimaduras e cirurgias de grande porte, por exemplo), alergias, doenças autoimunes,
entre outras.
O estresse emocional pode afetar a motilidade
gastrointestinal, ou seja, a movimentação da região. Também a produção de
secreções e hormônios, a imunidade e o estado inflamatório dos órgãos. A
ocorrência de mudanças na secreção de suco gástrico, no fluxo de sangue que
perfunde (atravessa) o estômago e na regulação de fatores protetores da mucosa
deste órgão pode deixar a mucosa do estômago mais avermelhada, o que pode ser
visto em exames endoscópicos - gastropatia enantematosa ou gastrite endoscópica
enantematosa. Porém, é necessário lembrar que mesmo pessoas que não apresentem
alterações macroscópicas na endoscopia digestiva alta podem ter sintomas
compatíveis com gastrite, como no caso da dispepsia funcional.
Sob estresse, pode ocorrer um aumento na sensibilidade gástrica de forma que um
estímulo considerado normal (a presença do suco gástico habitual) passe a
ser percebido como dor.
Tratamento.
O tratamento é feito com dieta, correção de hábitos
alimentares, medidas para controle do estresse, medicamentos para o estômago e,
se necessário, também para controle emocional. No quesito da dieta, deve-se dar
preferência a alimentos de fácil digestão, evitando álcool, cafeína, alimentos
cítricos, frituras, embutidos, comidas em conserva e certos condimentos e
temperos mais fortes. Também é interessante evitar longos períodos de jejum,
fazendo um lanche no meio da manhã e da tarde, e não devem ser ingeridas
grandes quantidades de líquido nas refeições.
Em geral são usados medicamentos para reduzir a acidez
estomacal, como os inibidores de bomba de prótons e antiácidos, ou para
proteger a mucosa gástrica e ambos apresentam bons resultados.
Por fim, o mais importante é acessar a causa do problema
que, neste caso, é o estresse. Existem diversos medicamentos com esse objetivo
e a consulta com um médico pode ajudar a definir a indicação ou não de
medicamentos específicos, mas medidas como atividades físicas, exposição
adequada ao sol, bons relacionamentos sociais, hábitos de sono apropriados,
meditação e psicoterapia podem ser muito efetivas e trazer um ganho importante
para toda a saúde e bem estar da pessoa.
Referências:
Sleisenger and Fordtran's
Gastrointestinal and Liver Disease- 2 Volume Set: Pathophysiology, Diagnosis,
Management, 10e. FELDMAN, Mark, FRIEDMAN, Lawrence S. and BRANDT, Lawrence J.
Brain-gut connections
in functional GI disorders: anatomic and physiologic relationships. M. P. Jones1,
J. B. Dilley, D. Drossman and M. D. Crowell. Neurogastroenterology &
Motility. Volume 18, Issue 2, pages 91?103, February 2006
Think Twice: How the
Gut's "Second Brain" Influences Mood and Well-Being. By Adam Hadhazy. February 12, 2010. Scientific American
GASTROENTEROLOGIA - CRM 780553/RJ
ESPECIALISTA MINHA VIDA.
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