FONTE: Agência Brasil, TRIBUNA DA BAHIA.
A descoberta aconteceu através da pesquisa dos
genes que permitem o Schistosoma mansoni, parasita causador da doença, resistir
a mediação habitual.
Pesquisadores
do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP) descobriram uma
combinação de drogas que pode aumentar em até oito vezes a eficácia do
tratamento da esquistossomose.
O estudo
indicou que utilizar o Omeprazol em conjunto com o Praziquantel, medicamento
tradicionalmente usado para combater o verme, eleva a mortalidade dos
parasitas.
“Aumentar
a eficiência de uma droga que já é usada, que é a única recomendada pela
Organização Mundial de Saúde para tratamento da esquistossomose, pode garantir
um controle maior da doença”, disse o professor Sergio Verjovski-Almeida.
A
descoberta aconteceu através da pesquisa dos genes que permitem o Schistosoma
mansoni, parasita causador da doença, resistir a mediação habitual.
“Nós
fomos estudar doses menos efetivas, vendo como o parasita escapa [da
medicação]. Antes dele morrer, a gente faz uma análise dos genes que ele está
mudando em função da exposição com a droga”, explicou o pesquisador.
Após
identificar o conjunto de genes que dava resistência aos parasitas, os
cientistas passaram a testar drogas conhecidas com capacidade de agir sobre
portadores dessa carga genética.
O
Omeprazol tem a vantagem, segundo Almeida, de ser um medicamento já usado por
seres humanos. “Não há grande chance de ser tóxica, porque o Omeprazol já é um
antiácido usado nos humanos”, enfatizou.
Com os
bons resultados em laboratório, onde a combinação das substâncias aumentou
entre três e oito vezes a mortalidade do Schistosoma mansoni, há a expectativa
do tratamento ser testado em animais.
Primeiro,
para confirmar se os dois remédios juntos não são tóxicos, e, em seguida, para
avaliar se a eficácia é a mesma ao ser administrada em organismos vivos.
Por
enquanto, os testes foram in vitro.
Um
tratamento mais forte pode ser uma alternativa, na opinião de Almeida, para
conter a doença em regiões com grande incidência do parasita.
“Os
pacientes que vivem em zonas endêmicas são reinfectados. Então, você tem que
ter um tratamento de toda a população que vive em uma região endêmica para que
eles não depositem ovos através das fezes na água e reinfectem outras pessoas”.
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