PACIENTES TRATADOS COM PRODUTO SUSPEITO PERDEM VISÃO NA FRANÇA E NA ESPANHA...
FONTE:
, Em Paris, (noticias.uol.com.br).

Dois pacientes
perderam a visão na França depois de uma cirurgia que utilizou um produto
oftalmológico suspeito e fabricado na Alemanha, anunciou a agência estatal
francesa de regulamentação de medicamentos, a ANSM.
"Dois incidentes foram declarados na França em julho de 2015",
indicou a ANSM, interrogada pela AFP depois de casos de 13 pacientes que
perderam a visão ao serem tratados com o mesmo produto na Espanha.
O produto suspeito, Ala Octa, fabricado pela farmacêutica alemã Alamedics, foi
retirado de circulação no final de julho, informou Brigitte Heuls, encarregada
dos dispositivos médicos da ANSM, apesar de destacar que, "por ora, não há
elementos que incriminem diretamente o produto".
Por sua parte, a Alamedics indicou nestas segunda-feira que "a
investigação das causas [dos casos de cegueira] continua e as informações
disponíveis não podem esclarecer o que levou aos efeitos constatados".
O Ala Octa se apresenta sob a forma de uma solução aquosa. É utilizado
principalmente em cirurgias de retina.
Em um e-mail dirigido em 13 de julho aos distribuidores da empresa Alamedics e
que foi postado no site da ANSM em 18 de setembro, Christian Lingenfelder
advertiu que "o produto Ala Octa é suspeito de provocar processos
degenerativos na retina".
"As vendas estão suspensas até que se esclareçam as circunstâncias",
acrescentas.
Alamedics diz que o Ala Octa é um produto "química e fisiologicamente
inerte e não tóxico" e que os resultados de laboratório dos lotes
incriminados na Espanha não mostraram a presença de impurezas ou qualquer sinal
particular.
No sábado, as autoridades sanitária da Espanha anunciaram que 13 espanhóis
ficaram cegos de um olho e outros 28 foram afetados pelo uso do mesmo produto
cirúrgico.
A Agência Espanhola de Medicamentos e Produtos de Saúde (AEMPS)
"registrou, até o momento, 41 casos em 11 centros médicos espanhóis"
causados pelo produto Ala Octa, fabricado pela empresa alemã Asa Medics,
retirado do mercado em 26 de junho, informou em um comunicado a agência.
"Até agora, foram confirmados 13 casos de amaurose [cegueira]" do
olho operado, segundo o comunicado e uma fonte do ministério da Saúde espanhol.
Esse produto também provocou casos de "atrofia do nervo óptico, diminuição
da acuidade visual, inflamação e vasculite", de acordo com o comunicado.
Muitos casos foram registrados no País Basco.
A AEMPS está conduzindo uma investigação clínica, analítica e técnica, segundo
o comunicado, acrescentando que o fabricante do produto e distribuidor
colaboram com a agência.
O jornal "El País" questionou no sábado a demora das empresas e
médicos em transmitir as suas suspeitas sobre esse produto.
O jornal cita o caso de Mikel González, de 44 anos, morador de Rentería, País
Basco, que ficou cego do olho esquerdo depois de ter sido operado em 2 de
junho.
No dia após a operação, Mikel González já não enxergava, o que intrigou os
médicos.
Até que em julho, o médico lhe disse que "um dos produtos era tóxico e
tinha atrofiado o nervo óptico", disse González.
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