FONTE: Acorda Cidade, site parceiro da Tribuna da Bahia Online, TRIBUNA DA BAHIA.
"Eu mereço", "eu preciso", "estou infeliz", "não consigo resistir" e "eu tenho condições".
Aproveitando
a descontração do Dia da Mentira, 1º de abril, conheça as principais mentiras
que as pessoas contam para si mesmas para consumir mais do que podem sem se
sentirem culpadas: “Eu mereço”, “eu preciso”, “estou infeliz”, “não consigo
resistir” e “eu tenho condições”.
“Essas
mentiras parecem inofensivas, mas são muito prejudiciais à saúde financeira da
pessoa e de sua família. O antídoto para elas é resgatar os sonhos, ter
objetivos de vida definidos, não apenas no curto prazo, mas também nos médio e
longo prazos”, conta Reinaldo Domingos, doutor em educação financeira,
presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin).
Confira as cinco principais mentiras abaixo:
1- “Eu mereço”.
Embora
essa frase possa ser verdadeira, ela tende a minar a realização de algo que,
entre tudo aquilo que é do merecimento da pessoa, ela realmente deseja – como
um sonho, que mesmo adormecido, nunca deixou de existir.
É
preciso ter em mente que atingir uma grande meta é viver algo mais desejado e
merecido do que qualquer outra experiência do dia a dia, e que quanto mais
dinheiro se aplica em compras esporádicas, menos é destinado à merecida
realização dos sonhos.
As
pessoas costumam ser as primeiras a sabotarem sua verdadeira felicidade. Com
tantas promoções e ofertas, muitas vezes, é difícil mesmo resistir à tentação
de comprar algo, ainda que não precisemos de verdade daquilo. Por isso é tão
importante que tenhamos objetivos de vida bem definidos, pois são eles que nos
farão praticar o consumo consciente; afinal de contas, estamos nos privando de
um prazer pontual em prol de algo muito maior lá na frente.
2- “Eu preciso”.
Uma das
principais mentiras que as pessoas contam a si mesmas é que precisam de
determinado produto ou serviço. É necessário ponderar se há mesmo uma
necessidade e se há condições de usufruir daquilo no momento da aquisição.
É
importante que o consumo venha após o planejamento financeiro e a pesquisa de
preços em, no mínimo, três locais diferentes. Não vale a pena querer sustentar
um status. Muita gente compra aquilo que não precisa, com o dinheiro que não
tem, para impressionar, muitas vezes, pessoas que nem conhece. Precisamos nos
educar financeiramente para viver de maneira mais saudável e sustentável,
realizando sonhos que possuem valor para nós mesmos.
3- “Estou infeliz”.
A
felicidade advinda do consumo esporádico e sem planejamento tende a ser pequena
e momentânea. Realizar sonhos, por sua vez, gera a felicidade genuína e
duradoura que todos almejam.
Quem
reconhece que está infeliz precisa, ao invés de buscar a satisfação em compras,
equilibrar o momento presente com a projeção de um futuro de realizações. Para
que o ato de sonhar também não seja algo pontual, sempre recomendo que as
pessoas tenham, no mínimo, três objetivos: um de curto (até um ano), um de
médio (de um a dez anos) e outro de longo prazo (acima de dez anos).
4- “Não consigo resistir”.
Mais do
que contestada, esta mentira aparentemente inofensiva deve levar a reflexão
sobre o porquê de, ao invés de planejar e consumir com consciência, a pessoa
prefere se deixar levar pelo momento. É possível que esteja faltando
organização.
Ter
ciência da situação financeira é primordial para que se possa ter mais pulso
firme e disciplina na hora de resistir aos impulsos consumistas. Parece
impossível, mas muita gente não sabe quanto de dinheiro tem na conta antes de
gastar. Precisamos acabar com esse comportamento o quanto antes, com educação
financeira.
5- “Eu tenho condições”.
Assim
como a falta, a sobra de dinheiro é um sinal de que a administração não está
sendo eficaz, pois a melhor forma de utilizar os recursos financeiros é
seguindo um bom planejamento.
A quem
tem dinheiro sobrando no final do mês, convém rever se há sonhos que podem ser
realizados mais rapidamente com o acréscimo deste valor ou se há novos
objetivos de vida a serem priorizados.
Afinal,
o dinheiro deve trabalhar em favor das pessoas, não o contrário.
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