FONTE: Vinicius Gericó (vinicius.gerico@redebahia.com.br), CORREIO DA BAHIA.
Apesar de ser
visto como vilão silencioso, o colesterol é fundamental para o funcionamento do
corpo humano.
As
doenças cardiovasculares, como os ataques cardíacos e derrames, são a principal
causa de morte no planeta. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS),
17,5 milhões de pessoas em todo mundo morrem todos os anos vítimas de tais
doenças. No Brasil, a estimativa é a de que elas sejam a causa da morte de 300
mil pessoas a cada ano e um dos fatores que contribuem para o avanço das
enfermidades é o colesterol alto.
Mesmo
sendo a principal causa de morte, em uma pesquisa recente divulgada pelo
Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia, foi
identificado que 32% da população reconhece as doenças cardiovasculares como a
principal causa de morte. E que 89% dos entrevistados acreditam que todos
precisam fazer exames para aferir o colesterol, mas apenas 15% destes
declararam saber a sua taxa de LDL.
Apesar
de ser visto como vilão silencioso, o colesterol é fundamental para o
funcionamento do corpo humano - como atuação na produção das vitaminas e
hormônios. Mas enquanto essas pesquisas ainda estão em andamento, as
recomendações em relação ao colesterol continuam sendo as mesmas: informação,
controle por dieta ou medicamentos e atividade física.
Nos
exames de sangue, são medidos quatro tipos de colesterol: o HDL (colesterol
bom), o LDL (colesterol ruim), colesterol VLDL e o Total (CT). Desses, é o LDL
que exige mais atenção, pois é o que está mais diretamente ligado a doenças
cardiovasculares . “O LDL é produzido pelo próprio organismo e 30% a 40% dele
vem da dieta. As que são ricas em frituras, gorduras trans e carboidratos
promovem o acúmulo do LDL, porque todos eles se transformam em colesterol”,
explica o cardiologista e membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Seção
Bahia, Fábio Soares.
Ele
esclarece também que o colesterol alto raramente vem sozinho e é associado ao
diabetes, obesidade ou hipertensão, fatores que aumentam o risco cardiovascular
do paciente. O acúmulo da gordura pode provocar também danos ao funcionamento
do coração, cérebro e fígado.
Rotina.
Para a cozinheira Girlene Gesteira, 44 anos, a atenção ao colesterol se deu por causa do tratamento de diabetes. A descoberta recente de que tem colesterol alto já provocou mudanças na sua rotina. “Estou fazendo tratamento com remédio. Antes já cuidava da alimentação e evitava gordura, mas agora passei a incluir mais frutas e aveia”, relata. Ela conta que pretende fazer mais atividade física. “Já fazia caminhadas, três vezes por semana, agora pretendo estender para a semana toda”.
Para a cozinheira Girlene Gesteira, 44 anos, a atenção ao colesterol se deu por causa do tratamento de diabetes. A descoberta recente de que tem colesterol alto já provocou mudanças na sua rotina. “Estou fazendo tratamento com remédio. Antes já cuidava da alimentação e evitava gordura, mas agora passei a incluir mais frutas e aveia”, relata. Ela conta que pretende fazer mais atividade física. “Já fazia caminhadas, três vezes por semana, agora pretendo estender para a semana toda”.
O
comportamento da cozinheira é típico do brasileiro, que precisa de um susto
para começar a se cuidar. “A maioria das doenças cardíacas tem poucos
sintomas ou nenhum, quando ocorre algum evento (como Acidente Vascular Cerebral
(AVC), derrame, infarto, diabetes) é que as pessoas começam a se preocupar”,
comenta o porta-voz do Departamento de Aterosclerose (DA) da Sociedade
Brasileira de Cardiologia (SBC), Henrique Tria Bianco. Ele completa: “A
pesquisa reflete o mesmo estudo feito na Europa, onde se vê a preocupação
por parte da população, mas não se vê a ação de procurar um médico ou fazer uma
avaliação”.
Novos tratamentos.
O tratamento do colesterol alto atualmente se baseia em diretrizes que foram revisadas nos últimos anos e pode incluir novos medicamentos.
O tratamento do colesterol alto atualmente se baseia em diretrizes que foram revisadas nos últimos anos e pode incluir novos medicamentos.
De
acordo com a endocrinologista e conselheira do Conselho Regional de Medicina do
Estado da Bahia (Cremeb), Diana Viegas, o acompanhamento do colesterol alto se
baseia nos fatores de risco e deve ser feito por um médico especializado.
"Avaliamos
a vida do paciente, cada fator, como diabetes, hipertensão, histórico familiar,
o hábito de fumar. Tudo é considerado para determinar qual será o nível de LDL
recomendado para o paciente, principalmente se ele já passou por algum evento
(infarto, AVC)”, explica.
A
endocrinologista pontua ainda que as atuais dietas para pacientes - com exceção
dos que são de alto risco - não se pautam em proibições, mas na moderação. A
orientação principal segue sendo a de evitar alimentos gordurosos. Além disso,
a atividade física, especialmente as aeróbicas, ajudam a retardar os efeitos
negativos do colesterol alto.
Novidade
no tratamento de colesterol alto, quando envolve medicamento, é a inserção dos
remédios biológicos que inibem a pró-proteína PCSK9. Aplicado de forma
subcutânea, ele age regulando as concentrações do colesterol no sangue. “Esses
remédios complementam o tratamento de quem já faz uso dos medicamentos
à base de estatina (comprimidos). Eles diminuem 50% do colesterol”,
garante a endocrinologista.
Estes
medicamentos são recomendados para quem já teve algum problema cardíaco, não
consegue diminuir as taxas com remédio tradicional ou para aqueles que têm
reação ao usar os comprimidos à base da estatina. O custo pode chegar até
R$ 1.500 por caixa.
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