FONTE: Heloísa Noronha, Colaboração para o UOL, http://estilo.uol.com.br
Os relacionamentos amorosos são divididos por
ciclos. A maior parte deles é pontuada por crises que colocam à prova o amor, a
cumplicidade, o vínculo e a vontade de permanecer juntos. Driblá-los é
possível, sim, mas primeiro é bom entender o impacto de cada uma dessas
situações:
1. Noivado e preparação do casamento.
É um período cheio de alegria e estresse. Há
muito o que preparar, comprar, combinar, tenha ou não cerimônia de casamento:
escolha da casa, festa, viagem, móveis, divisão de contas. Quando os dois estão
alinhados nas vontades, a chance de conflito é menor. Mas é difícil não ter
desavença quando um é mais econômico do que o outro, por exemplo. É a primeira
vez que diferenças vêm à tona. Como lidar? Aprender a ceder e a negociar.
Agora, nem tudo será do jeitinho que você quer.
2. Primeiro ano de casamento.
Uma fase de adaptação de valores, princípios e
costumes. O que era tolerável e até “fofo” durante o namoro começa a irritar.
“Ambos devem cooperar para uma boa convivência e lembrar que se tornaram
parceiros de vida”, diz Yuri Busin, psicólogo e diretor do CASME (Centro de
Atenção à Saúde Mental Equilíbrio), de São Paulo (SP). Para a psicóloga carioca
Claudia Iulianelli, muitos conflitos ocorrem porque as pessoas cultivam a
fantasia de que os parceiros vão mudar depois do casamento. “Não tenha essa
expectativa nem imponha uma visão particular de ‘certo’ ou ‘errado’ no
casamento. Os dois devem, juntos, criar um jeito de viver”, diz.
3. Nascimento primeiro filho.
Os dois têm de lidar com as demandas do bebê. Um
misto de felicidade e insegurança mexe com o relacionamento. O psicólogo
Roberto Rosas Fernandes, professor da PUC-SP, fala que a mãe se envolve com o
bebê mais rapidamente. "Só mais tarde o homem percebe que faz parte desse
espaço maravilhoso de amadurecimento familiar". Isso não justifica, porém,
que o pai não divida as tarefas com a mãe. Ainda na gestação (ou até antes!) é
preciso deixar bem claro o papel de cada um --e que a mulher não é a únicaca responsável
pela criação dos filhos.
4. A crise dos 7 anos.
A famosa crise dos 7 anos nem sempre acontece
nesse período, mas depois de um certo tempo juntos --suficiente para o casal
ter vivido uma série de coisas, como a chegada de filhos, brigas, desafios profissionais,
perrengues domésticos, financeiros, familiares etc. A crise pode surgir na
forma de dificuldade de comunicação, necessidade de rever objetivos e crenças,
anseios por mudanças... É uma oportunidade de o casal crescer juntos e
fortalecer a relação. Rever acordos, ter conversar honestas e não ficar
armazenando mágoas é a única saída.
5. Chegada dos 40.
Além de lidar com as mudanças físicas, muita
gente enfrenta a angústia de perceber que os anos passaram e que boa parte de
suas aspirações ainda não foi realizada. Em alguns casos, homens e mulheres
negam o processo natural de envelhecimento. A relação pode se desestabilizar,
mas algumas medidas ajudam a aliviar a tensão: “Manter um estilo de vida
saudável, continuar a sonhar e realizar projetos, ter foco em suas ações,
manter a mente produtiva, assumir suas responsabilidades e escolhas e se sentir
bem sem negar a idade neutralizam a crise”, diz Claudia.
6. Entrada na meia idade.
Mesmo com a expectativa de vida aumentada e com
várias estratégias para curtir os anos com saúde e equilíbrio, nessa fase as
pessoas precisam passar por várias mudanças nada fáceis, como a morte dos pais
idosos, filhos indo embora de casa, doenças na família, climatério,
andropausa... Culturalmente, trata-se de uma etapa que é percebida como
declínio da vida. As perdas existem, mas ainda há a espaço para expandir a
capacidade produtiva e de recriação de si e do relacionamento. Buscar
interesses diferentes, praticar esportes, ter um hobby ajudam a ter energia
para não deixar a peteca cair.
7. Terceira idade.
É um momento em que aparecem as limitações:
motoras, de locomoção, de concentração, da libido, emocionais, financeiras,
profissionais, sociais. No entanto, se os casais fizeram das crises anteriores
um aprendizado comum, fortalecendo o vínculo, certamente vão conseguir chegar à
essa fase com mais aceitação, união e força. “A terceira idade é uma fase em
que as pessoas acabam se entregando como se não pudessem mais realizar nada na
vida, mas cada idade tem suas limitações e vantagens”, afirma Yuri. “Os idosos
costumam refletir sobre a vida, fazendo um balanço. Tudo dependerá do olhar que
a pessoa terá sobre a vida e sua rotina”, diz Claudia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário