FONTE: Do VivaBem, em São Paulo, http://vivabem.uol.com.br
Nós já sabemos que o estresse é um grande vilão
para saúde e pode nos prejudicar. Mas como exatamente esse nervosismo nos deixa
doentes? Uma pesquisa feita pela Universidade de Michigan, nos Estados Unidos,
tentou desvendar o mistério.
Para compreender a publicação, é importante
entender alguns mecanismos de resposta do nosso corpo. Então, vamos lá: os
mastócitos são células imunológicas que desempenham um papel fundamental contra
as doenças inflamatórias e alérgicas.
Em resposta a substâncias que causam alergia,
como pólen e ácaros, os mastócitos liberam uma substância química chamada
histamina, que trabalha para eliminar os alergênicos. É este processo que
desencadeia os sintomas de alergias, como olhos lacrimejando ou nariz
escorrendo.
Estudos anteriores mostraram que a
atividade dos mastócitos aumenta em resposta ao estresse, o que pode causar um
desequilíbrio e causar doenças.
Para descobrir como o estresse nos deixa
fisicamente doente, os cientistas analisaram as relações entre os mastócitos e
o hormônio CRF1. Por sua vez, o CRF1 responde ao estresse enviando sinais para
células que trabalham no nosso sistema imunológico.
O tal do CRF1 faz as células imunes liberarem
substâncias químicas que desencadeiam uma série de doenças, incluindo asma,
lúpus e síndrome do intestino irritável. Ou seja, não é muito amigo.
Como chegaram a
essa conclusão?
Para a nova pesquisa, os cientistas analisaram
dois grupos de camundongos: um que possuía receptores normais de CRF1 em seus
mastócitos, e outro que não tinha o tal hormônio.
No estudo, ambos os grupos de ratos foram
expostos ao estresse psicológico e ao estresse alérgico, que deixam o sistema
imunológico hiperativo.
Foi possível notar que os ratos com receptores
normais de CRF1 em seus mastócitos experimentaram um aumento desproporcional
nos níveis de histamina em resposta a ambas as condições de estresse, o que
levou a doenças.
No entanto, os roedores que não possuíam
receptores de CRF1 demonstraram baixos níveis de histamina em resposta ao
estresse e tiveram menos doenças. Estes ratos tiveram uma redução de 54% de
sintomas em resposta ao estresse alérgico e um declínio de 63% em resposta ao
estresse psicológico.
A descoberta mostra que o CRF1 está criticamente
envolvido em algumas doenças iniciadas por esses "estressores".
Quer um resumão em português? Os mastócitos se
tornam altamente ativados em resposta a situações estressantes e o CRF1 ordena
que as células liberem substâncias químicas que podem levar a doenças
inflamatórias e alérgicas, como síndrome do intestino irritável, asma, alergias
alimentares com risco de vida e distúrbios auto-imunes, como o lúpus.
Os cientistas se animaram com a novidade, pois
agora podem pensar em novos tratamentos para doenças induzidas pelo estresse.
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