FONTE: Do VivaBem, em São Paulo, http://vivabem.uol.com.br
Você deve conhecer alguém que evita bons queijos
por não querer nem chegar perto de lactose. Ou já ouviu falar de pessoas que
sempre se sentem mal ao comer determinado alimento.
Esse desconforto constante acontece por alergia
ou intolerância alimentar. Os dois problemas podem ser difíceis de identificar,
pois muitas vezes geram sintomas leves, que se confundem com mal-estar ou
outras doenças (de pele, por exemplo). Portanto, é preciso acompanhar e avaliar
cada caso de perto, para conseguir o diagnóstico correto e encontrar uma
solução.
“Nós
acompanhamos a rotina do paciente e buscamos respostas por exclusão. Os alimentos
que o corpo não tolera são gatilhos para dores de cabeça, vômitos e urticárias
constantes, que talvez a pessoa nunca tenha notado”, afirma a nutróloga e
endocrinologista Ully Alla.
Quando é alergia?
A alergia alimentar é
uma reação do sistema imunológico contra proteínas presentes em determinado
alimento. É como se o corpo visse a comida, a reconhecesse como inimiga e
partisse para a briga.
As reações mais comuns de um alérgico são
urticária, dor de cabeça, manchas avermelhadas, inchaços nos olhos e boca,
sintomas nasais, ou diarreia e vômitos imediatos. Quadros graves podem levar
até a edema de glote, inchaço que impede a respiração.
A alergia alimentar, segundo a Associação
Brasileira de Alergia e Imunologia, atinge cerca de 5% da população adulta e
aproximadamente 8% das crianças. “A tendência ao problema é hereditário, mas o
'gatilho' vem do ambiente no qual a pessoa está exposta, o que ela ingere”,
explica Alla.
Os alimentos que desencadeiam alergias
frequentemente são: leite, ovo, soja, trigo, amendoim, castanhas, crustáceos e
peixes. Mas o ranking de comidas com maior potencial alergênico pode variar de
acordo com os hábitos alimentares de cada local. No Brasil, por exemplo, kiwi e
gergelim também têm apresentado prevalência nas reações alérgicas.
A má notícia: depois que você descobre a alergia
provavelmente terá que tirar o alimento do cardápio para sempre. Em casos
específicos pode até ser que o quadro se resolva com o tempo, como quando
existe alergia na infância ao leite, ao ovo, à soja e ao trigo. Porém, alergia
a alimentos como amendoim, castanhas, peixes e frutos do mar são tipicamente
persistentes.
O diagnóstico pode ser confirmado por exame de
sangue e o tratamento se baseia em evitar os alimentos. É possível incluir o
uso de remédios anti-histamínicos ou corticoides. Em casos graves, pode haver
orientação da utilização da caneta para autoinjeção de epinefrina.
E quando é intolerância?
A intolerância
alimentar acontece quando o organismo tem dificuldade de processar determinado
alimento. É como se ele não conseguisse entender que comida é aquela e, ao
longo do tempo, se esforce tanto para digeri-la que desgasta a mucosa do
intestino, deixando-a sensível.
“Há uma reação decorrente de uma deficiência nas
enzimas responsáveis pela digestão, dificultando o processo. Diversos alimentos
podem causar quadros de intolerância, como laticínios, cereais, carnes, frutas,
ervas, frutas secas, peixes e frutos do mar”, diz Alla.
Existem mais de cem sintomas em curto prazo. Entre
os mais comuns estão flatulência, cólicas, inchaço, dor no estômago e diarreia.
É importante saber que os casos de intolerância
são mais frequentes do que os quadros alérgicos. Também possuem sintomas com
menor intensidade e não imediatos, que aumentam de acordo com a quantidade
ingerida do alimento e quanto da enzima essencial para digestão daquela
substância o organismo produz.
Para diagnosticar a intolerância é preciso
analisar o que você coloca no prato. Como a doença não é perigosa como a
alergia, você pode comer algo que suspeita estar causando incômodos e verificar
se os sintomas aparecem. Mas também existem exames de sangue que identificam o
problema.
O principal tratamento é tirar o alimento da
dieta para evitar transtornos. No entanto, não é preciso bani-lo por completo,
como em casos alérgicos. Com acompanhamento médico, usando o método de
tentativa e erro, é possível descobrir a quantidade que você pode comer sem
passar mal.
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