FONTE: Do VivaBem, http://vivabem.uol.com.br
Cientistas da Universidade de Leeds, no Reino
Unido, descobriram um vírus que pode agir como uma imunoterapia eficaz em
pacientes com câncer no cérebro.
Publicado no periódico Science Translational Medicine na
quarta-feira (3), o estudo mostrou que um tipo de vírus, quando injetado no
sangue, pode atravessar a barreira hematoencefálica (membrana que protege o
cérebro de substâncias tóxicas presentes no sangue) e matar células tumorais,
sem alterar as células saudáveis.
Os cientistas também
descobriram que o vírus estimula o sistema imune do próprio corpo,
atraindo glóbulos brancos para o local para combater o tumor.
"Nossos sistemas imunológicos não são muito
bons em ‘enxergar’ os cânceres --em parte porque as células cancerosas se
parecem com as do nosso corpo e também porque os cânceres são bons para dizer
as células imunes para fechar os olhos”, disse o autor principal, Alan Melcher.
Contudo, no estudo, os pesquisadores foram
capazes de mostrar que o vírus poderia infectar células cancerosas no cérebro
e, o que é mais importante, os tumores cerebrais infectados se tornaram muito
mais visíveis para o sistema imunológico.
Pacientes
já estão testando o novo tratamento.
Para os testes, foram selecionados nove
pacientes, nos quais o vírus foi injetado na veia em uma dose única. Todos os
voluntários tinham tumores cerebrais que se espalharam para outras partes do
corpo.
Após o estudo, os pacientes removeram os tumores
cerebrais cirurgicamente. Depois das operações, os pesquisadores analisaram as
amostras e encontraram o vírus nelas, mostrando claramente que ele conseguiu
atingir o câncer.
Essas descobertas já estão sendo aplicadas em
testes com outros pacientes, que recebem a injeção com o vírus, além de
quimioterapia e radioterapia. O tratamento de um paciente já está em andamento
--ele recebe 16 doses do vírus para tratar seu glioblastoma (tumor maligno que
afeta o cérebro).
A razão pela qual ele está recebendo múltiplas
doses é por causa da forma como o vírus ativa o sistema imunológico. Esse
experimento determinará quão bem os pacientes com câncer podem tolerar o
tratamento, uma vez que o vírus cria efeitos colaterais gripais, e se ele torna
a radio e a quimioterapia mais efetivos.
"A presença de câncer no cérebro amortece o
próprio sistema imunológico do corpo. A presença do vírus neutraliza isso e
estimula o sistema de defesa", disse a oncologista Susan Short, que também
está liderando os testes.
"Nossa esperança é que o efeito adicional do
vírus no aumento da resposta imune do corpo ao tumor aumente a quantidade de
células tumorais que são mortas pelo tratamento padrão de radioterapia e
quimioterapia".
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