Há três semanas, o Ministério da Agricultura ordenou
o recolhimento de lotes de 32 marcas de azeite de
oliva porque os produtos estavam adulterados. As empresas são
suspeitas de terem adicionado outros óleos, que não eram do fruto da oliveira,
aos azeites - para ser considerado azeite,
o produto precisa ser totalmente composto de óleo de oliva.
Infelizmente, a adulteração
de azeite no Brasil é comum. Por isso, a Agência Minas
convidou especialistas para ajudar os consumidores a
escolher azeites de oliva de qualidade, evitando,
deste modo, levar para casa produtos de procedência
duvidosa.
Rótulo.
A primeira dica é ler o
rótulo com atenção. "Há características interessantes a serem observadas
no momento da compra, como, por exemplo, o frescor e a data do envase - quanto
mais jovens os azeites, melhores suas características",
recomenda o coordenador do Programa Estadual de Pesquisa em Olivicultura da
Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Luiz Fernando de
Oliveira, em entrevista à agência de notícias do Governo de Minas Gerais.
Outro aspecto
importante, que também deve ser observado no rótulo do azeite de
oliva é o local de envasamento do produto. De acordo com o
especialista, os consumidores devem dar preferência para os azeites que
foram extraídos e envasados no mesmo local. Isso porque os que são produzidos
num lugar e engarrafados em outro "têm mais chances de serem
adulterados".
Embalagem e local de
armazenamento.
Na hora de comprar
um azeite, vale prestar atenção à embalagem do produto, que deve
ser escura e de vidro, segundo a azeitóloga Ana Beloto. "As latas poderiam
ser uma opção interessante pela proteção da luz, porém, após abertas, não
oferecem a mesma vedação", observa a especialista, também em entrevista à
Agência Minas.
O local onde o produto
fica disponível no comércio, também é importante para a garantia da qualidade.
De acordo com Luiz Fernando de Oliveira, os azeites devem
ficar armazenados em locais frescos e protegidos da luz.
Preço.
Ana Beloto alerta que é
bom desconfiar de azeites de oliva baratos, pois a
azeitona é um produto relativamente caro e, para produzir um litro de azeite são
necessários cinco quilos do fruto da oliveira. E essa proporção é ainda maior
quando o azeite é fabricado no Brasil. "Na região da
Serra da Mantiqueira, são necessários, em média, 10 kg de azeitona para cada
litro de azeite produzido", lembra a azeitóloga.
O engenheiro agrônomo
Pedro Moura também destaca o preço mais elevado como um dos fatores que apontam
para azeites de qualidade. "Os azeites importados,
que atendem quase a totalidade do mercado consumidor brasileiro, têm um custo
menor de produção, mas existem as despesas com transporte e impostos, além de
outros fatores que interferem no valor final do produto", esclarece.
Acidez.
Luiz Fernando de
Oliveira explica que a acidez é um dos parâmetros que podem indicar a qualidade
de um azeite, mas não deve ser levada em consideração isoladamente.
"Nem sempre um azeite com acidez baixa vai agradar o
consumidor, pois ele pode não gostar do aroma, do amargor ou da picância do
produto", analisa. "Nesse caso, a pessoa deve fazer sua avaliação e
optar por aquele azeite que mais lhe agrada", completa o
especialista.
Em casa...
Depois de seguir as
dicas e levar para casa um azeite de qualidade, são
necessários alguns cuidados para manter as boas características do produto.
Deste modo, até chegar o momento de abrir o azeite, é importante
guardar a embalagem num local protegido da luz e do calor. Após a abertura, a
geladeira é o melhor local para mantê-lo. "Assim, o azeite conservará
suas características de sabor e aroma. Antes de consumir novamente, basta
deixá-lo na temperatura ambiente por alguns minutos, para que ele volte a
consistência habitual", recomenda Ana Beloto à Agência Minas.
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