Resumo da
notícia
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A
autoestima é construída com base nas vivências acumuladas desde a infância e
segue se desenvolvendo ao longo da vida
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A
mente humana requer muito mais que atividades de reforço simples para mudar
crenças sobre si mesmo
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Submeter-se
ao acompanhamento de um psicoterapeuta é um grande passo para descobrir
qualidades e forças pessoais
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A construção da
autoestima faz parte de um processo contínuo. Ela acontece a partir de
vivências acumuladas desde a infância e segue se desenvolvendo com base nas
interações sociais, familiares, escolares, amorosas e profissionais. Dessa
forma, o que se entende como a opinião acerca de si mesmo sofre as mais
diversas influências.
Ou seja, traumas,
frustrações, abusos psicológicos, rejeição, abandono, excesso de críticas,
humilhações, perdas e situações de inferioridade —em qualquer momento da vida —
são fatores capazes de comprometer um cenário saudável.
Diante disso, algumas
técnicas surgem com a promessa de reprogramar a mente a fim de transformar
percepções pessoais. Mas especialistas alertam para o risco de se apegar a
fórmulas mágicas e imediatas.
Programação
da mente.
Desde que o ser humano
nasce, seu desenvolvimento biológico, psicológico e social adquire identidade e
comportamento congruentes ao lugar em que se encontra. A partir dessas
referências e experiências pessoais, suas crenças, superstições, medos e
qualquer forma de interação partirão desse local, com percepções funcionais ou
disfuncionais sobre o mundo.
A percepção disfuncional
está relacionada à maneira distorcida como se enxerga algumas questões, que são
as crenças limitantes ou rigidezes cognitivas a respeito de situações na forma
de ver a vida e lidar com os outros.
Essas crenças são a
base de toda a programação da mente e atuam como mecanismos de defesa. Podem
aparecer em forma de preconceitos em relação à raça, religião, sexualidade, aos
costumes, ao modo de se vestir e status social, mas também como distorções
cognitivas sobre si mesmo baseadas em experiências ruins.
Então, a ideia de
reprogramação mental seria a proposta de rever as próprias crenças para
aprender a lidar com elas, substituindo-as por pensamentos mais adaptativos e
funcionais que permitam desenvolver essa flexibilidade cognitiva.
Reprogramar
para mudar.
Nas últimas décadas,
apareceram metodologias direcionadas a identificar problemas com padrões
emocionais e hábitos condicionados que implicam em comportamentos negativos.
Muitas ofertas de técnicas terapêuticas vieram associadas ao coaching, à Programação
Neurolinguística (PNL) e a outras promessas de mudança mental para despertar a
prosperidade. Neste caso, a intenção é fortalecer a autoestima e afirmar a
positividade a partir de autossugestão, imaginação ou visualização do que se
deseja.
Se incorporados como
parte dessa busca por transformação, podem auxiliar. Porém, diante de tantas
soluções instantâneas, especialistas defendem que a psicoterapia convencional
ou análise clássica são as abordagens mais eficazes para tratar questões sobre
autoimagem e autoestima.
Qualquer indivíduo lida
com situações complexas, que envolvem interações sociais capazes de gerar
visões positivas e negativas a respeito de si mesmo o tempo todo. Por isso, a
mente humana que se limita a atividades de reforço simples —como repetições de
frases no "piloto automático" — pode não conseguir ressignificar
ideias ou memórias.
Força-tarefa.
Submeter-se ao
acompanhamento de um psicoterapeuta e identificar a origem das crenças
limitantes que desencadeiam a baixa autoestima é um grande passo para descobrir
qualidades e forças pessoais. Já as práticas esportivas mexem com a consciência
corporal e atuam na química das emoções, ao liberar hormônios como endorfina,
serotonina e endorfina, responsáveis pela sensação de prazer.
A dança, por exemplo, é
uma das atividades mais eficazes no desenvolvimento da autoconfiança,
empoderamento e bem-estar, conforme revelou uma pesquisa
da Universidade de Leeds em parceria com a organização artística Yourkshire
Dance, ambas no Reino Unido. O estudo mostrou ainda que, entre os mais jovens,
dançar desperta o sentimento mútuo de encorajamento. Por fim, a meditação e o
mindfulness desenvolvem o equilíbrio interior e a capacidade de autoaceitação.
Juntos, todos esses fatores contribuem para a renovação da autoestima.
*** Fontes: Marcia
Tabone, doutora em Psicologia Clínica pela PUC-SP (Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo) e especialista em Psicologia Transpessoal e Analítica;
Mario Louzã, psiquiatra, psicanalista e filósofo pela USP (Universidade de São
Paulo), e doutor em medicina pela Universidade de Würzburg, na Alemanha; e Wiwi
Parra, psicóloga, especialista em Recursos Humanos e pós-graduada em
Inteligência Empresarial e Gestão do Conhecimento pelo COPPE-UFRJ (Instituto
Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade
Federal do Rio de Janeiro).
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