FONTE: Paula Laboissière - Agência Brasil, TRIBUNA DA BAHIA.
Este mês, a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a suspensão do comércio e
do uso de uma tinta para tatuagem vendida sem registro no Brasil. O
gerente-geral de Tecnologia de Produtos para a Saúde, Joselito Pedrosa, alerta
que apenas três marcas de tintas podem ser comercializadas no país: Starbrite
Colors – Amazon Indústria, Comércio, Exportação e Importação de Produtos
Especializados; Electric Ink Indústria Comércio, Importação e Exportação Ltda e
Iron Works – Brasil Ltda.
Em entrevista à Agência
Brasil, ele explicou que uma tinta, para ser registrada no país para fins de
tatuagem ou dermopigmentação, precisa atender à legislação vigente, que exige
que a empresa tenha boas práticas de fabricação. Isso significa comprovar a segurança
e a eficácia do produto.
“A empresa faz testes
durante o processo de fabricação, controlados por um sistema de qualidade. Para
dar entrada no processo de registro, ela tem que apresentar toda a documentação
que comprove a realização desses testes. É preciso comprovar que o produto é
seguro e eficaz. Se tudo estiver de acordo, ele pode ser liberado com número de
registro, e a empresa pode comercializar.”
Os testes, de acordo
com Pedrosa, seguem normas nacionais e internacionais e verificam, entre
outros, a toxicidade e a biocompatibilidade do produto. A tinta para tatuagem
que é vendida sem ter passado por toda essa verificação corre o risco de estar
contaminada com bactérias e fungos e pode desencadear uma reação alérgica leve
ou grave, podendo causar a morte.
“Pode levar também à
indução de um câncer. Há uma série de complicações às quais a população fica
sujeita em decorrência do uso de um produto ilegal”, acrescentou.
A orientação para quem
quer fazer uma tatuagem, segundo ele, é verificar se o produto oferecido pelo
estúdio tem registro na Anvisa. Em seguida, é preciso ter certeza de que o
registro é válido, acessando o site da agência. Isso porque, no caso de
produtos piratas, muitas vezes, o registro utilizado na embalagem é falso.
Para o tatuador Erik
Pazioline, outra estratégia importante a ser adotada por quem quer fazer uma
tatuagem é verificar se o estúdio tem alvará de funcionamento e se está com as
licenças sanitárias em dia. “E se informar com o tatuador sobre o material que
ele usa”, disse. “[Em casos de tintas irregulares], o que mais acontece são
alergias, uma infecção ou uma inflamação, que são muito sérias. Não é o certo.
É perigoso. Tem que usar sempre a tinta legalizada”, concluiu.
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