FONTE: Agência Brasil, TRIBUNA DA BAHIA.
Em países em desenvolvimento, 69
milhões de adolescentes e 57 milhões de crianças estavam fora da escola em 2011.
Entre os que frequentam a escola, muitos não têm aprendizado satisfatório
devido à baixa qualidade da educação. Os dados estão no 11° Relatório de
Monitoramento Global de Educação para Todos, divulgado hoje (29) pela
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
O relatório monitora os avanços de metas pactuadas entre 164 países a serem
cumpridas até 2015.
“A baixa qualidade da educação significa
que milhões de crianças não estão aprendendo sequer o básico. De 650 milhões de
crianças em idade de frequentar a
educação primária, pelo menos 250 milhões não estão aprendendo o básico de
leitura e matemática”, mostra o relatório.
O custo anual de 250 milhões de
crianças sem aprender o básico
equivale a US$ 129 bilhões, de acordo com a coordenadora de Educação da Unesco
no Brasil, Maria Rebeca Otero. “O relatório aponta que há uma crise de
aprendizagem muito grande, em que se perde US$ 129 bilhões por ano, que
poderiam estar mais bem investidos na educação”, diz.
Em relação aos adolescentes, o texto indica
que muitos não adquiriram as habilidades básicas no primeiro nível de ensino
secundário. O número de adolescentes fora da escola apresentou redução de 31%
desde 1999. No entanto, a redução está estagnada desde 2007. “Em países de
baixa renda, apenas 37% dos adolescentes completam o primeiro nível do ensino
secundário e esse número chega a 14% nos países mais pobres”, informa o texto.
A capacitação dos
professores e o investimento em educação estão entre os caminhos apontados para
superar esses problemas. Os professores ganham atenção no relatório,que trata a
capacitação como uma das formas de aperfeiçoar a qualidade da educação. De
acordo com a publicação, os governos precisam intensificar os esforços para
contratar 1,6 milhão de professores adicionais para conseguir universalizar a
educação primária até 2015.
“É importante que possamos atrair bons
candidatos para dar aula, pessoas que gostem do que fazem, e oferecer formação
continuada. Há necessidade de valorizar melhor os professores e eles devem
estar munidos de ferramentas como um curriculo adequado”, avalia Maria Rebeca
Otero.
Segundo o relatório, seriam necessários
esforços significativos de governo e outros agentes, assim como novas formas de
financiamento para implementar mudanças necessárias na educação. “No estágio
atual, os governos simplesmente não podem se permitir uma redução no
investimento da educação. Tampouco os doadores deveriam deixar de cumprir suas
promessas de financiamento. Isso pede que exploremos novas formas de financiar
necessidades urgentes”, acrescenta.
O relatório monitora os avanços das seis
metas do Educação para Todos, estabelecidas por 164 países na Conferência de
Dacar (Senegal), em 2000. O prazo para o cumprimento das metas é 2015, no
entanto, o relatório conclui que nenhum objetivo será conquistado globalmente
nesse prazo.
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